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Postos HD supostamente ligados ao PCC no Piauí passam por perícia, diz promotor

Rede HD passa por perícia após denúncia de fraude e lavagem de dinheiro; Operação investiga ligação com o PCC

Posto HD interditado. | Foto: Ascom SSP
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Após investigações apontarem adulteração de combustíveis, os 49 postos da rede HD que foram interditados no Piauí estão passando por perícias técnicas, conforme informou o promotor de Justiça Willian Luz, em entrevista à Rede Meio Norte. Segundo ele, o processo segue em investigação, com fases dirigidas ainda em andamento.

A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (4), durante coletiva de imprensa sobre a denúncia contra Haran Santhiago Girão Sampaio e contra o responsável técnico e instrutor de qualidade da rede, João Revoredo Mendes Cabral Filho.

A denúncia, apresentada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela 6ª Promotoria de Justiça de Teresina, corresponde ao inquérito que constatou a adulteração de combustíveis no dia 21 de março de 2023, no posto HD 11, localizado no município de Lagoa do Piauí.

Willian Luz, promotor de justiça do GAECO./Foto: MeioNews

Segundo o promotor, a apuração da Operação Carbono 86 e a investigação referente ao inquérito de 2023 são procedimentos independentes, mas que acabaram se cruzando ao longo das diligências.

“Em determinado momento as duas investigações paralelas, a investigação contra a rede do estado aqui por adulteração e por demais crimes de natureza de relação com consumidor tributário dentre outros crimes, em determinado momento, se cruzaram com a investigação maior já relacionado pela base de dinheiro possível envolvimento com facção criminosa dentre outros já foi se cruzar em um segundo momento quando foi deflagrado a operação”, disse. 

Como foram descobertos?

No posto HD 11, durante fiscalização do Procon/MPPI, agentes identificaram turbidez no combustível, excesso de água e violação dos padrões de qualidade, indicando risco ao consumidor.

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 As investigações apontam que Haran Santhiago e João Revoredo permitiram a venda do produto adulterado, mesmo cientes de suas funções técnicas e gerenciais. Tanques expostos e obras no local agravaram o risco de contaminação.

O MPPI pede a condenação dos réus e a fixação de R$ 500 mil em danos morais coletivos, a serem destinados ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (FPDC).

“Então, por uma questão de estratégia, de fase processual, essa perícia, desse posto, o inquérito relacionado a ele já foi concluído”, finalizou o  promotor.

OPERAÇÃO  Carbono Oculto 86

Deflagrada no dia 5 de novembro, a operação Carbono Oculto 86 integra a segunda fase das investigações que apuram um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis, com possíveis vínculos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital ( PCC) no Piauí, Maranhão e Tocantins.

Haran e Danillo Coelho de Sousa são ex-proprietários da rede de postos de combustíveis HD, investigada por suposta ligação com a facção. Segundo a SSP-PI, o objetivo foi aprofundar as apurações sobre o fluxo financeiro e as conexões entre empresários e organizações criminosas.

As invetigações se intensificaram após a venda da Rede HD, em dezembro de 2023, para a Pima Energia, criada poucos dias antes da transação, levantando suspeitas de ligação com operadores do PCC. 

A polícia afirma que os investigados usavam postos de combustíveis, empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar e ocultar recursos ilícitos, estimados em cerca de R$ 5 bilhões.

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