SEÇÕES

Empresário supostamente envolvido em esquema do PCC presta depoimento no Draco

Ele é um dos ex-proprietários da rede de postos de combustíveis HD

Empresário Haran Santiago Girão Sampaio, um dos alvos da Operação Carbono Oculto 86, chegou à sede do Draco | Foto: Divulgação - Polícia Civil
Siga-nos no

O empresário Haran Santiago Girão Sampaio, um dos alvos da Operação Carbono Oculto 86, chegou à sede do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), em Teresina, para prestar depoimento nesta quinta-feira (6). O repórter Saymon Lima flagrou a chegada dos advogados no local.

De acordo com o delegado Laércio Evangelista, coordenador do DRACO, o outro empresário citado na investigação, Danillo Coelho de Sousa, também deve se apresentar ainda hoje ao departamento para prestar esclarecimentos.

Os dois são ex-proprietários da rede de postos de combustíveis HD, investigada por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Mandados de busca e apreensões

Segundo o delegado, Haran foi abordado pela Polícia Civil no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, durante o cumprimento de mandado de busca itinerante. No local, os agentes apreenderam um computador, um celular e dinheiro em reais e euros.

Já Danillo foi abordado no Aeroporto de Teresina, onde também houve apreensão de notebook, celular e valores em espécie.

Empresários tiveram celulares, computadores e dinheiro apreendidos | Foto: Polícia Civil

“Nós demos cumprimento a mandado de busca itinerante, que permitia a execução onde quer que eles fossem localizados. Nossa equipe esteve em São Paulo e localizou o Haran em Guarulhos. Já o Danillo foi abordado aqui em Teresina”, explicou o delegado.

Sem indício de tentativa de fuga

Laércio Evangelista afirmou que a polícia não trabalha com a hipótese de fuga. “Acreditamos que eles estavam em uma viagem de rotina e já estariam retornando a Teresina para se apresentarem, para terem ciência das medidas restritivas impostas”, disse.

Venda de postos e suposta ligação com o PCC

As buscas fazem parte da segunda fase da Operação Carbono Oculto 86, que apura crimes de lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis, sonegação fiscal e organização criminosa, com possível vínculo com o PCC.

“Desde dezembro de 2023, quando houve a suposta venda do grupo HD para um grupo investigado em São Paulo por ligação com a facção, vínhamos reunindo elementos que comprovassem esse envolvimento”, afirmou o delegado.

Apreensões e bloqueios

Durante as diligências, foram apreendidos aparelhos eletrônicos, joias, bolsas e valores em dinheiro, além do bloqueio de veículos, aeronaves e contas bancárias.

“Foram solicitadas medidas cautelares, como o bloqueio de veículos e aeronaves. Duas das quatro aeronaves do grupo já foram apreendidas e estão à disposição da Justiça”, informou Laércio.

Distribuidora e postos interditados

O delegado também confirmou a interdição de uma distribuidora de combustíveis localizada entre Teresina e Altos, por suspeita de adulteração.

“Esse grupo empresarial estava construindo uma distribuidora que, acreditamos, poderia ser usada também para adulteração de combustíveis. Solicitamos a interdição temporária, e o local foi interditado”, disse. Os postos de combustíveis ligados ao grupo HD também seguem com as atividades suspensas por ordem judicial.

“Eles permanecem interditados e devem seguir assim durante todo o processo”, concluiu o delegado.

Tópicos
Carregue mais
Veja Também