Em entrevista coletiva no Reino Unido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou neste sábado, 06 de maio, qualquer mudança no comando da articulação política com o Legislativo, hoje comandada pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). "Em hipótese alguma. O Padilha é o que o país tem de melhor na articulação política", declarou o presidente.
O Governo Federal sofreu uma derrota "acachapante" neste semana, com a derrubada de trechos de decretos de Lula que alteraram o marco legal do saneamento básico. Ademais, também não conseguiu a aprovação com urgência do projeto de lei das fakes news, que acabou sendo retirado de pauta sob o risco de ser derrubado.
Apesar de não admitir mudanças na articulação política, Lula reconhece que há uma insatisfação entre os parlamentares, por promessas que ainda não foram cumpridas, englobando inclusive nomeações em Ministérios e órgãos públicos. "O fato de você acertar ou errar, nós temos que pensar o que aconteceu. Quando você governa, faz um acordo com a Câmara ou o Senado sobre a aprovação de uma medida e tem que cumprir alguma coisa, você tem que cumprir", impôs o petista.
Lula pontuou ainda que os deputados reclamam da demora da gestão federal. "O que estão se queixando os deputados? De que o governo tarda a atender as reivindicações. O cara quer participar de um ministério, tem um funcionário que ele indicou e é tecnicamente competente. Se você concorda com ele e prometeu, você tem que fazer. Não pode prometer e não fazer".
O presidente da República viajou ao Reino Unido para a cerimônia de coroação do Rei Charles III, realizada em Londres. O presidente embarca de volta ao Brasil ainda neste sábado e deve pousar em Brasília na madrugada de domingo (7).
Cuidado com a floresta amazônica
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (6), durante entrevista coletiva à imprensa, em Londres, após participação na cerimônia de coroação do Rei Charles III, que recebeu pedido para que o Brasil cuide da Floresta Amazônica. "A primeira coisa que o Rei Charles III disse para mim é que temos que cuidar da Amazônia. Respondi que precisamos de ajuda, e recursos", disse o presidente brasileiro.
Lula está em Londres desde a sexta-feira (5), e durante sua estada para a cerimônia de coroação do Rei Charles III, esteve reunido com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak. Na ocasião, Sunak anunciou o investimento de 80 milhões de Libras para o Fundo Amazônia, o equivalente a R$ 500 milhões.
"Uma boa novidade é que o primeiro-ministro do Reino Unido também anunciou investimentos no Fundo Amazônia. Vamos ter uma COP agora nos Emirados Árabes, e estou pleiteando que a COP 30 seja no Brasil, no coração da Amazônia", acrescentou.
Lula também afirmou que sempre teve boa relação com o país e ressaltou o desejo em retomar parcerias e investimentos. "A Inglaterra sempre foi um país muito importante para o mundo e para o Brasil. Do ponto de vista político, cultural, científico. Em meus primeiros mandatos, tive uma relação muito próxima com a Inglaterra. E a última vez que um presidente do Brasil veio aqui para discutir negócios foi em 2012. [...] Chegamos a ter um fluxo comercial entre Brasil e Reino Unido de 8,6 bilhões de dólares. Hoje não chegamos a 6 bilhões. Além de vir para a coroação, vim conversar com o primeiro-ministro, para retomarmos as negociações comerciais", destacou.
E reforçou a importância de fortalecer as relações comerciais entre os dois países. "A boa política de relação comercial é uma via de mão dupla. É importante que haja equilíbrio, e acho que o Brasil explora pouco o potencial de venda da Inglaterra, e a Inglaterra explora pouco o potencial que tem de venda para o Brasil".
Lula na coroação de Rei Charles III
Durante a cerimônia de coroação do Rei Charles III, Lula sentou próximo do presidente francês, Emmanuel Macron e foi filmado cumprimentando o líder da França. Na entrevista coletiva, Lula chegou a comentar sobre conversas com o líder francês e voltou a mencionar sobre a união do países pela paz mundial. "A minha vinda a Inglaterra foi importante porque, além de conversar com o primeiro-ministro do Reino Unido e com o Rei Charles III, conversei com vários presidentes da África e conversei com o @EmmanuelMacron também, para falar sobre a construção da paz", afirmou.