Em Londres para a cerimônia de coroação do Rei Charles, o presidente Luís Inácio Lula da Silva se reuniu nesta sexta-feira, 5, com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, que anunciou investimentos de 80 milhões de libras, o que equivale a cerca de R$ 500 milhões para o Fundo Amazônia. O premiê afirmou que a entrada do Reino Unido no fundo é um reconhecimento ao empenho do presidente Lula a respeito do tema da preservação ambiental.
Segundo informações da Presidência da República, o Brasil é o quarto país que mais recebe recursos do International Climate Finance (ICF), que é considerado o principal programa britânico para financiamento de projetos na área ambiental, com total de 260 milhões de libras, cerca de R$ 1,4 bilhão. Em abril deste ano, os Estados Unidos também anunciaram aporte de US$ 500 milhões para o fundo.
Em suas redes sociais, o presidente Lula afirma que a conversa foi positiva não somente na questão ambiental, mas também sobre as relações comerciais entre Brasil e Reino Unido e também a paz no mundo. Aos jornalistas, Lula reafirmou os compromissos do Brasil com a questão climática e o combate ao desmatamento e destacou a necessidade que todos têm para cumprir os acordos internacionais firmados no âmbito das Nações Unidas.
“Os países mais pobres precisam efetivamente receber ajuda para manter a floresta em pé e o clima que a sociedade precisa”, afirmou o presidente Lula. Na ocasião, Lula agradeu os recursos para o Fundo Amazônicoe afirmou que há grandes possibilidades de realização de parcerias e trocas comerciais.
Em 2022, as transações comerciais entre os dois países movimentou US$ 6,5 bilhões, registrando uma alta de 15% em comparação com o ano anterior, quando as exportações brasileiras para os britânicos chegaram a US$ 3,7 bilhões e as importações somaram US$ 2,8 bilhões, com saldo é favorável ao Brasil. As áreas com mais investimento do Reino Unido são extração, financeira e transporte.
Fundo
Criado em 2008 e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Amazônico aplica recursos em ações de combate ao desmatamento e promove a sustentabilidade e pode ser considerado como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados das políticas ambientais praticadas pelo governo brasileiro, que tem autonomia para decidir sobre a aplicação do recurso, com base nas decisões do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).
Entre as instituições financiadas pelo fundo estão o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os corpos de bombeiros militares (em seus programas de proteção florestal), órgãos ambientais estaduais e também o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão responsável pelo monitoramento ambiental por satélites. Além disso, os governos dos estados podem ter projetos aprovados.