Uma arma similar à utilizada no ataque contra a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite da última quinta-feira, pode ser comprada em sites especializados por pouco mais de R$ 2 mil (pouco mais de 56 mil pesos argentinos). A pistola é produzida pela argentina Bersa, empresa fundada nos anos 1950, com sede na cidade de Ramos Mejía, na província de Buenos Aires.
O brasileiro residente na Argentina Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, abordou a atual vice-presidente em frente à sua casa, no bairro nobre da Recoleta, em Buenos Aires, com uma arma de fogo, que falhou na hora do disparo. O modelo usado no ataque é anunciado em alguns sites do país, mesmo já tendo saído de linha desde 2012. Em uma das lojas, a arma é descrita como tendo capacidade para dez munições calibre 32 (7,65 mm), cano de 90 mm, ação dupla e cano estriado (espécie de “ranhura” que faz com que o disparo saia girando, potencializando seus efeitos).
As munições encontradas na casa de Sabag Montiel foram submetidas a uma perícia, assim como a arma usada por ele. De acordo com o Ministério da Segurança da Argentina, a arma capturada pelos agentes estava com cinco munições no carregador e nenhuma presa à câmara. Segundo as investigações preliminares, a falha no disparo pode ter ocorrido em decorrência do fato de não haver munição na câmara, apenas no carregador.
A Polícia Federal argentina já vasculhou o último domicílio do brasileiro, localizado no município de San Martín, na região da grande Buenos Aires. O imóvel é um conjugado numa casa térrea, e nele foram encontrados, segundo relatório policial, duas caixas de munições marca Magtech, calibre 9mm, que continham, no total, 100 balas. Também foram apreendidos um computador laptop marca HP e documentos pessoais de Sabag Montiel e familiares. Ele foi acusado de tentativa de homicídio qualificado.
Pessoas com quem Sabag Montiel trocou mensagens no celular serão chamadas a depor, em busca de possíveis cúmplices no atentado, mas as autoridades por enquanto acreditam que agiu sozinho. O atirador foi interrogado na sexta-feira pela juíza federal María Eugenia Capuchetti e pelo promotor federal Carlos Rívolo, que conduzem o inquérito, mas se recusou a depor.