Um novo clima de inquietação tomou conta da Argentina nesta sexta-feira (02). Alberto Fernández, o presidente, decretou feriado para que as pessoas pudessem participar de manifestações, na frente da Casa Rosada, a sede do governo.
Após o atentado com arma contra sua vice-presidente, Cristina Kirchner, que saiu ilesa devido a um defeito mecânico da pistola, populares saÍram às ruas para demonstrar apoio a Cristina Kirchner.
Segundo o jornal "La Nación", Fernández convocou representantes sindicais, empresários, membros de organizações de direitos humanos e representantes de religiões para participar do ato na frente da Casa Rosada e fazer um discurso contra a violência.
SEDE DE JUSTIÇA
Oscar Delupi, de 64 anos, funcionário ferroviário da capital, culpou as divisões políticas pelo desencadeamento da violência.
"A sociedade já perdeu um pouco a calma, a mensagem de ódio que a oposição emite está se tornando cada vez mais feroz", disse ele.
"Felizmente a bala não saiu porque as consequências poderiam ter sido muito piores", disse Florencia Suera, uma trabalhadora de 22 anos de Buenos Aires.
POLÍTICOS REAGEM
Políticos de todos os segmentos ideológicos da Argentina condenaram o ataque, que aconteceu em meio a tensões políticas agudas (o país passa por uma crise econômica impulsionada por dívidas e inflação descontroladas).
Horacio Rodríguez Larreta, um político de oposição ao kirchnerismo e prefeito da cidade de Buenos Aires, chamou de "um ponto de virada na (nossa) história democrática".
No entanto, alguns políticos reagiram com críticas à forma como o governo reagiu. Patricia Bullrich, do PRO, disse que o presidente está brincando com o fogo: "Em vez de investigar seriamente um fato grave, acusa a oposição e a imprensa e decreta um feriado para mobilizar os militantes. (Ele) converte um ato de violência individual em uma jogada política. Lamentável".
LÍDERES DE OUTROS PAÍSES
O papa Francisco falou por telefone com a vice-presidente para expressar sua solidariedade, disse um comunicado de Cristina Kirchner.
A ex-presidente Dilma Roussef telefonou, na manhã desta sexta-feira, para a vice-presidente da Argentina, horas após o atentado. Cristina disse a Dilma que escapou “por um milagre” e que, de acordo com a polícia, a arma estava funcionando. Segundo a vice-presidente, o nervosismo do brasileiro que tentou matá-la foi o que acabou a ajudando.
PROCESSOS JUDICIAIS DE CRISTINA KIRCHNER
Cristina Kirchner enfrenta acusações de corrupção ligadas a um suposto esquema de desvio de recursos públicos enquanto foi presidente, entre 2007 e 2015. Um promotor pediu uma sentença de 12 anos de prisão contra ela.
O ataque foi transmitido em todo o país por meio de imagens de TV ao vivo que mostraram a arma sendo apontada para o rosto de Cristina Kirchner, antes de ela se abaixar e cobrir o rosto com as mãos.
A polícia prendeu um suspeito que eles disseram ser Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos.
Cristina Kirchner diz a Dilma que nervosismo do atirador fez arma falhar
A ex-presidente Dilma Roussef telefonou, na manhã desta sexta-feira, para a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, horas após a tentativa de atentado na noite de ontem (1º/9), em Buenos Aires. Cristina estava muito tensa na conversa.
Cristina disse a Dilma que escapou “por um milagre” e que, de acordo com a polícia, a arma estava funcionando. Segundo a vice-presidente, o nervosismo do brasileiro que tentou matá-la foi o que acabou a ajudando.
Polícia acha 100 balas na casa de brasileiro que tentou matar Kirchner
Durante buscas a Polícia Federal da Argentina encontrou 100 balas no apartamento do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, preso após tentar matar a vice-presidente do país, Cristina Kirchner.
O apartamento do criminoso fica localizado na cidade de San Martín, região da grande Buenos Aires. Na busca foram encontrados duas caixas de munições da marca Magtech, calibre 9mm, que continham 100 balas. No local também foi apreendido um computador laptop da marca HP e documentos pessoais de Fernando e dos seus familiares.