No primeiro dia de mandato, o presidente Donald Trump emitiu uma série de decretos, sinalizando uma mudança significativa na política americana em múltiplas frentes. Embora tenha decidido não impor tarifas no primeiro dia, como alguns temiam, o presidente adotou uma postura mais assertiva em relação à política externa, particularmente com os países vizinhos. No entanto, poucos detalhes foram fornecidos sobre sua abordagem à China.
Vale destacar que, poucas horas após sua posse, Trump assinou uma série de decretos, revogando 78 políticas implementadas durante o mandato de Joe Biden. Entre as ordens principais estavam um endurecimento na política de imigração, a retirada dos EUA do Acordo de Paris sobre o Clima e da Organização Mundial da Saúde (OMS), um congelamento de contratações no governo federal e uma determinação exigindo que funcionários federais retornassem ao trabalho presencial.
Vizinhos em Alerta
No âmbito comercial, Trump optou por não impor tarifas imediatamente, mas reiterou sua intenção de implementar tarifas de até 25% sobre o México e o Canadá até 1º de fevereiro. Ele apresentou essas medidas como resposta à suposta falta de ação dos vizinhos dos EUA para conter a migração irregular e o tráfico de drogas. Essas declarações sugerem que as tarifas são usadas como uma ferramenta de negociação, embora o risco de escalada permaneça relevante.
As medidas iniciais da administração Sheinbaum, no México, como a imposição de tarifas à China e operações contra o tráfico de drogas, foram bem recebidas pela equipe de Trump nas últimas semanas. No entanto, espera-se que o governo pressione o México por ações mais robustas nas próximas semanas.
Em seu discurso de posse, Trump destacou o compromisso de sua administração com um controle rigoroso da imigração e o combate ao tráfico de drogas. Ele seguiu com uma ordem executiva que declarou os cartéis como organizações terroristas estrangeiras e decretou uma emergência na fronteira sul. Essa declaração desbloqueia recursos do Pentágono para construir o muro na fronteira e posiciona o México para se preparar para deportações em massa.
China
Embora o presidente tenha dado poucos detalhes em relação a sua abordagem da China, mencionou a ideia de aplicar tarifas universais a todas as importações, mas afirmou também que os EUA ainda não estão prontos para tal medida. Grande parte de sua agenda econômica dependerá da colaboração com um Congresso controlado pelos republicanos por uma margem estreita. No entanto, há espaço para ações unilaterais em questões de tarifas e comércio sob cláusulas de segurança nacional ou emergência.
Emergência Energética
Trump também enfatizou medidas econômicas domésticas, prometendo combater a inflação residual ao declarar uma "emergência energética nacional". A iniciativa visa aumentar a produção de combustíveis fósseis, incluindo o desenvolvimento de novos projetos de petróleo e gás em terras federais, além de reverter regulamentações climáticas da era Biden.
Efeito cascata
As ações de Trump em seu primeiro dia estabelecem o tom para o que se espera ser uma era política ruidosa, com efeitos em cascata nos mercados globais. Enquanto Canadá e México estão no centro das atenções imediatas, a estratégia em evolução do governo em relação à China e suas implicações mais amplas para o comércio internacional permanecem áreas críticas a serem monitoradas. As mudanças significativas na política dos EUA destacam um período transformador.