Horas após o assassinato de seu irmão no Rio de Janeiro, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) tornou-se alvo de ataques e discursos de ódio nas redes sociais. Postagens associando a parlamentar à suposta proteção de criminosos foram feitas, em sua maioria, por perfis pequenos alinhados à direita, em um comportamento distante do apresentado por líderes do mesmo espectro político.
De acordo com levantamento da Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), parlamentares da direita manifestaram solidariedade a Sâmia Bomfim. Contudo, até as 13h desta quinta-feira, 32,7 mil posts sobre o assunto foram feitos no antigo Twitter, segundo a FGV, levando o nome da parlamentar a ocupar o primeiro lugar nos assuntos mais comentados.
culpando Sâmia pela morte do irmão, o ortopedista Diego Ralf Bomfim, e criticando a "hipocrisia" da parlamentar por "defender bandidos". Alguns usuários expressaram que "Sâmia está tomando o próprio veneno" e questionaram sua postura em relação a outros políticos.
Dentre as publicações, foram encontrados comentáriosA deputada recebeu apoio de colegas da direita, mas também enfrentou críticas de seguidores, indicando uma divisão de opiniões dentro desse espectro político. Ataques e acusações foram proferidos em diferentes plataformas, incluindo Twitter, Instagram e YouTube.
O vídeo de um canal no YouTube, com mais de 283 mil seguidores, prometia "revelar a verdade" sobre Diego Bomfim, atribuindo à parlamentar a responsabilidade pela morte do irmão devido a supostas ideologias que ela defende. O canal, que já tem histórico de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos de esquerda, evidencia a polarização e o uso da plataforma para disseminar discursos agressivos.
Além dos ataques políticos, Sâmia Bomfim foi alvo de comentários gordofóbicos, evidenciando mais uma vez a tendência de ataques de cunho pessoal direcionados a mulheres na política. Em meio a este cenário, autoridades como o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino (PSB-MA), destacaram a hipótese de relação do crime com a atividade parlamentar, levando a Polícia Federal a acompanhar a investigação.
O assassinato de Diego Bomfim, que estava no Rio de Janeiro para participar de uma conferência de ortopedia, permanece sob investigação da Polícia Civil, enquanto o cenário político nas redes sociais reflete a polarização e o uso de eventos trágicos para a disseminação de discursos de ódio.
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