Após a regravação da música "Deus cuida de mim" ter conquistado a categoria "cristã do ano" no Prêmio Multishow, uma onda de revolta foi desencadeada por parte do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e outros líderes evangélicos associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A polêmica se instaurou devido à colaboração entre o cantor gospel Kleber Lucas e Caetano Veloso na versão premiada da canção. No ano anterior, ambos os artistas expressaram seu apoio ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Lucas chegou a se apresentar na posse do presidente em exercício.
Logo após o anúncio do prêmio, Nikolas Ferreira compartilhou ironias em suas redes sociais, adotando um tom considerado transfóbico. Ele comentou: "Nenhuma surpresa em um mundo onde Pabllo Vittar é eleita mulher do ano", referindo-se à cantora que se autodenomina drag queen.
A secretária de Estado de Políticas para a Mulher do governo de Tarcísio de Freitas, Sonaira Fernandes (Republicanos), classificou a premiação dos dois cantores como uma "piada". Lucas Pavanato (PL), suplente de deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), foi outro influenciador cristão que criticou a escolha, afirmando: "Não representam os cristãos, mas estão lá. O cristianismo aceito pelo mundo", expressou em sua conta no X (antigo Twitter).
A colaboração entre Kleber Lucas e Caetano foi lançada em dezembro do ano anterior, gerando críticas ao cantor gospel por declarar que considera o hino cristão "alvo mais que a neve" racista.
Em uma entrevista ao Caetano no Mídia Ninja, Kleber Lucas comentou sobre o hino: "Tem um hino que fala o seguinte: ‘alvo mais que a neve’. Se você aceitar Jesus, você vai ficar branco como a neve. Isso é cantado por brancos e negros com lágrimas, porque tem uma melodia lindíssima. O discurso, às vezes nefasto, de dominação, está embalado nessa beleza, em uma memória familiar, comunitária. Mas as ideias de embranquecimento estão lá no hino".
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