A tentativa da extrema-direita bolsonarista de boicotar o chocolate Bis, em razão de uma campanha envolvendo o influenciador Felipe Neto, parece não ter afetado negativamente a Mondelez, proprietária da marca. Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações da empresa registraram um aumento de 1,36% nesta segunda-feira (16).
Políticos devotos à ideologia bolsonarista, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), aderiram ao boicote, utilizando hashtags em suas redes sociais. Além dele, Carlos Jordy (PL-RJ), líder da Oposição na Câmara, optou por uma abordagem diferente, exibindo chocolates KitKat da Nestlé e declarando que não financiaria Felipe Neto em sua casa. O deputado André Fernandes (PL-CE) também expressou apoio ao boicote, rotulando Felipe Neto como um "propagador de ódio na internet brasileira".
Em resposta, a Mondelez afirmou que as contratações de influenciadores são baseadas em sua relevância no universo gamer e de entretenimento, sem vínculos políticos. A empresa enfatizou seu respeito à diversidade de opiniões.
Enquanto isso, as ações da Nestlé, dona do KitKat, que passou a ser considerado pelos bolsonaristas como alternativa ao Bis, sofreram uma queda na bolsa de Zurique, Suíça, registrando uma redução de 0,25%. No entanto, o crescimento da Mondelez na Bolsa de Valores de São Paulo sugere que o mercado financeiro não foi afetado significativamente pelo boicote bolsonarista.
A polêmica gerou debates on-line sobre como o boicote poderia, paradoxalmente, beneficiar tanto a Mondelez quanto a Nestlé. Enquanto alguns consumidores optam pelo KitKat em protesto, outros escolhem o Bis em apoio à marca, proporcionando a ambas as empresas benefícios com o marketing gratuito decorrente do conflito.
Vale ressaltar que a Mondelez é subsidiária da Kraft Heinz, cuja propriedade é parcialmente compartilhada com a 3G Capital, associada a Jorge Paulo Lemann. Esta também é dona da Ambev, que abriga marcas conhecidas como Pepsi, Guaraná, Brahma, Skol, e é proprietária dos ketchups da Heinz. Curiosamente, Jorge Paulo Lemann já foi acusado de ser comunista por Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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