O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu seu discurso inaugural na abertura da 28ª Conferência do Clima (COP 28) realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, nesta sexta-feira (1º).
Durante sua intervenção, o presidente destacou a necessidade de redirecionar os gastos com armamentos para o combate à fome e às mudanças climáticas, enfatizando o impacto dessas questões no Brasil. A COP 28, que terá uma duração de duas semanas, reúne líderes governamentais, diplomatas, cientistas, membros da sociedade civil e diversas entidades privadas para discutir e buscar soluções para a crise climática provocada pela atividade humana.
Lula abordou a disparidade nos investimentos globais, observando que o mundo gasta mais em armas do que nos esforços para mitigar a fome e enfrentar as mudanças climáticas. Ele questionou as toneladas de carbono emitidas pelos mísseis em contraste com a necessidade urgente de abordar a desigualdade, um componente intrínseco na luta contra as mudanças climáticas.
Crítica à postura da ONU
O presidente também criticou a postura da ONU em relação à manutenção da paz, apontando para a contradição de alguns de seus membros lucrarem com conflitos armados, citando explicitamente Rússia, Ucrânia e Israel.
Lula reforçou a importância da cooperação global, salientando que nenhum país pode resolver seus problemas isoladamente. Ele expressou a disposição do Brasil em liderar pelo exemplo, ajustando suas metas para serem mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos.
Ao abordar as condições climáticas no Brasil, Lula mencionou a grave seca na Amazônia e as tempestades e ciclones que causaram destruição e mortes no sul do país. Ele ressaltou que a atual geração não deve apenas explorar o meio ambiente, mas também arcar com as consequências. Lula alertou para a urgência de ações concretas, destacando que o ano corrente é o mais quente dos últimos 125 mil anos, resultado das emissões contínuas de gases de efeito estufa e do fenômeno El Niño.
Transição econômica
Além disso, o presidente abordou a necessidade de acelerar a transição para uma economia menos dependente de combustíveis fósseis, uma preocupação compartilhada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que enfatizou a incompatibilidade entre altas temperaturas e o uso generalizado de combustíveis fósseis.
O discurso de Lula na COP 28 reflete a abordagem do Brasil para questões ambientais e climáticas, destacando compromissos e propostas específicas de seus ministros, incluindo Marina Silva (Meio Ambiente), Fernando Haddad (Fazenda), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Rui Costa (Casa Civil). A comitiva ministerial brasileira também buscará atrair investimentos estrangeiros e promover iniciativas relacionadas à infraestrutura e energia durante sua estadia em Dubai.
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