Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL-RJ), o tenente-coronel Mauro Cid irá depor nesta terça-feira, 11 de julho, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas do dia 08 de janeiro.
Suspeito de articular uma intervenção militar contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a tendência é que Cid permaneça em silêncio durante todo o depoimento, assim como vem acontecendo nos trabalhos conduzidos pela Polícia Federal.
O direito de não responder aos questionamentos foi garantido pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). O tenente-coronel receberá escolta policial durante a sua presença no Congresso. Cid está preso desde abril.
A oitiva do ex-auxiliar de Bolsonaro foi solicitada após uma perícia da Polícia Federal (PF) ter encontrado no telefone celular de Cid trocas de mensagens com outros militares, vislumbrando ações que englobariam uma intervenção. Inicialmente, as tratativas foram expostas pela imprensa e posteriormente tornadas públicas pela Justiça.
Vários requerimentos solicitaram a presença de Cid na Comissão, um deles é de autoria da relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Também pediram a convocação de Mauro Cid os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Ana Paula Lobato (PSB-MA) e o senador licenciado Marcos do Val (ES). Há também requerimentos dos seguintes deputados: Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Erika Hilton (PSOL-SP), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Segundo o senador Rogério Carvalho, há indícios de que Mauro Cid estaria tramando um golpe de Estado.
“Mauro Cid teve conversas com outro auxiliar do ex-presidente, Ailton Barros, nas quais houve trama para abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Na conversa, Ailton afirma que o golpe precisaria da participação do comandante do Exército ou de Jair Bolsonaro, e que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, deveria ser preso”, sinalizou.
Já na visão do senador Randolfe, há suspeitas “sobre possíveis articulações do senhor Mauro Cid nos ataques aos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e da Presidência da República, justificando a necessidade de seu depoimento para esclarecer seu papel e fornecer informações relevantes aos trabalhos da CPMI”.