Dividir MDS ganha força para acomodar centrão sem desabrigar W. Dias

Se assim for decidido, o ministro piauiense comandará pasta com André Fufuca, do PP

Lula em frente a Wellington Dias | Ricardo Stuckert
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Nos últimos dias, a divisão do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) tem ganhado destaque como parte de uma minirreforma ministerial que busca acomodar o centrão na Esplanada dos Ministérios. Segundo informações provenientes de uma fonte do Palácio do Planalto, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está prestes a finalizar as últimas mudanças antes de sua viagem ao Piauí, na próxima quinta-feira (31), onde lançará o programa Brasil Sem Fome ao lado do atual ministro do MDS, Wellington Dias (PT-PI).

A fonte oficial confirmou que a porção do ministério responsável pela assistência social provavelmente será atribuída ao deputado André Fufuca (PP-MA). No entanto, Wellington Dias continuará liderando o programa Bolsa Família e outras iniciativas de combate à fome.

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Isso resultaria na divisão do MDS em duas partes, possivelmente chamadas de Ministério da Ação Social e Ministério de Combate à Fome, embora esses nomes ainda sejam hipotéticos. Contudo, a decisão final ainda não foi tomada, de acordo com a fonte.

Reunião com ministros

Após uma semana de viagem pela África, Lula realizou uma reunião na manhã desta segunda-feira no Palácio da Alvorada com os ministros Rui Costa (Casa Civil), responsável pela coordenação dos ministérios, e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que lidera a coordenação política do governo.

A reunião, segundo interlocutores, não se limitou à reforma ministerial, mas também abordou "questões de agenda".

Articulação em partidos do centrão

Outro ponto de discussão para Lula é o ministério a ser oferecido ao partido Republicanos, que indicou o deputado Silvio Costa Filho, de Pernambuco, para a Esplanada.

A inclinação mais forte atualmente é que Costa Filho assuma o Ministério de Portos e Aeroportos ou o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Uma terceira opção que está sendo considerada é que ele ocupe o lugar de Ana Moser no Ministério dos Esportes (ME).

A preferência do Republicanos é a primeira opção, visto que isso também pode ajudar a mitigar a resistência do governador Tarcísio de Freitas, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), que chegou a ameaçar abandonar o partido caso aceitassem um ministério sob a gestão de Lula.

Ao assumir Portos e Aeroportos, e consequentemente o controle do porto de Santos, o Republicanos retiraria Márcio França (PSB-SP) da posição, que é um rival local de Tarcísio. O presidente nacional do partido, deputado Marcos Pereira (SP), expressou ao Planalto sua preferência pela pasta.

Márcio França, por sua vez, conversou com Lula e enfatizou sua preferência por permanecer onde está. Contudo, ele comunicou que não levantaria obstáculos caso fosse realocado para o MCTI, que atualmente é comandado por Luciana Santos (PCdoB-PE).

De acordo com fontes no Planalto, a percepção é de que, do ponto de vista dos deputados do Republicanos, o MCTI não seria uma opção desfavorável, devido à possibilidade de emendas serem incluídas na pasta. O mesmo cenário se aplica ao Ministério dos Esportes. Embora essa seja a preferência do governo, a decisão ainda não foi finalizada. "Mas é preciso ver como o Marcos Pereira receberia [essa oferta]", ponderou um interlocutor.

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