CHOCANTE! Vítima de prefeito que teria forçado aborto quebra o silêncio

Desde que denunciou o caso, Rafaela, de 35 anos, relata ter sofrido com comentários maldosos, especialmente nas redes sociais.

Atual prefeito de Carolina (MA), Erivelton Teixeira, vai à júri popular acusado de ter forçado aborto em mulher. | Reprodução/Divulgação
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Rafaela Maria expressou um "choro de alívio" após a decisão que levará o médico Erivelton Teixeira, prefeito de Carolina, e o vereador Lindomar da Silva Nascimento a júri popular. Ambos são acusados de forçar Rafaela a realizar um aborto em 2017, dentro de um motel em Augustinópolis, no Bico do Papagaio. A decisão ainda está sujeita a recurso.

Rafaela contou ao portal G1 Maranhão que, ao receber a notícia do júri popular, não conteve as lágrimas, sentindo-se aliviada após sete anos. Ela agora vive fora do Brasil por se sentir ameaçada por Erivelton e realiza tratamento psicológico para lidar com o trauma.

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DENÚNCIA E REPERCUSSÃO

Desde que denunciou o caso, Rafaela, de 35 anos, relata ter sofrido com comentários maldosos, especialmente nas redes sociais. Atualmente, ela mora no exterior e continua com tratamento psiquiátrico, mas a notícia do júri popular trouxe-lhe um alívio que não sentia há muito tempo.

Rafaela também falou sobre a dor de perder o filho, destacando que nunca quis abortar e que a ação de Erivelton deixou uma ferida emocional profunda. Ela afirmou que teria criado o filho sozinha, independentemente da ajuda do pai.

DECISÃO JUDICIAL

A decisão judicial de quarta-feira (19) foi emitida pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, da 2ª Vara de Augustinópolis, que encontrou indícios suficientes de participação de Erivelton e Lindomar no aborto. A investigação policial de 2019 incluiu um exame Beta HCG comprovando a gravidez de Rafaela e depoimentos de testemunhas.

Erivelton e Rafaela mantinham um relacionamento amoroso intermitente desde 2010, que terminou definitivamente após o aborto forçado. Rafaela denunciou o caso à polícia e desde então enfrentou perseguições e ameaças, resultando em sua mudança para fora do país por questões de segurança.

MOTORISTA TAMBÉM É ACUSADO

Lindomar, que trabalhava como motorista de Erivelton na época, também é acusado de participação no aborto. Após o crime, ele ascendeu politicamente, tornando-se vereador em Carolina.

No dia 2 de março de 2017, Erivelton buscou Rafaela em casa sob o pretexto de realizar um exame com um aparelho de ultrassonografia portátil. No motel, ele aplicou um sedativo em Rafaela e, com a ajuda de Lindomar, realizou o procedimento de curetagem. Eles a deixaram em casa debilitada no final da tarde.

A investigação incluiu mensagens entre Rafaela e Lindomar logo após o aborto, onde ela relatava dor intensa e medo. Lindomar orientou-a sobre medicação e disse que os sintomas eram normais segundo Erivelton.

O juiz aceitou a denúncia contra os acusados, que responderão pelo crime de provocar aborto sem consentimento, com pena prevista de três a dez anos de prisão.

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