Caso Heloísa: MPF denuncia agentes da PRF pela morte de menina de 3 anos

Heloísa estava com a família em um carro, quando foi baleada na cabeça em uma abordagem da PRF na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

MPF denuncia agentes da PRF pela morte de menina de 3 anos | Reprodução
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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou três policiais rodoviários federais pela morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. Ela foi baleada na cabeça em uma abordagem da PRF na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, passou 9 dias internada e morreu no dia 16 de setembro deste ano. Na ocasião, a criança estava em um carro com a família.

Os policiais tratam-se de Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viégas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. O MPF pediu que eles respondam por homicídio qualificado, tentativa de homicídio (contra os pais, a irmã e a tia da menina, que também estavam no veículo) e fraude processual.

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Na denúncia oferecida pelo procurador Eduardo Benones, ele afirma que as provas indicam que a morte da menina "foi causada pelas lesões provocadas em seu corpo pelos projéteis de arma de fogo de longo alcance disparados pelos policiais", e que há muitas provas da fraude processual.

"Os acusados, em comunhão de desígnios e sabedores, enquanto policiais federais treinados de que devem ficar atentos à cadeia de custódia das provas e elementos havidos na ainda que provável cena de crime, removeram do local do crime sem o mínimo cuidado o veículo Peugeot 207 , objeto dos disparos efetuados”, diz a denúncia. 

Heloísa foi baleada dentro do carro da família no Rio de Janeiro | FOTO: Reprodução

Além disso, o Ministério Público Federal pediu mais uma vez a prisão preventiva dos três policiais rodoviários federais. Isso porque, dez dias depois do crime, a Justiça Federal negou o pedido de prisão dos agentes, mas a 1ª Vara Criminal Federal determinou que eles usem tornozeleira eletrônica e permaneçam afastados das funções. 

O laudo de necropsia aponta uma "lesão no encéfalo por projétil de arma de fogo" como causa da morte da menina. As investigações mostraram que os policiais dispararam contra o carro da família da menina. Os peritos confirmaram que os tiros de fuzil foram disparados a cerca de 30 metros de distância. Isso confirma que o pai da vítima teria acionado a seta e se dirigido para o acostamento.

"Eu sei que nada que a gente faça vai trazê-la de volta, mas a responsabilização das pessoas que fizeram isso, dos policiais que tiraram a vida dela, é o mínimo que tem que haver [...] "E a gente luta pela memória da minha filha hoje para que outras famílias não passem por isso. Outras famílias precisam de policiais que protejam, não que matam", disse o pai de Heloísa, Willian de Souza.

Em setembro, o MPF solicitou a prisão de agentes da PRF | FOTO: Reprodução

No primeiro depoimento dos policiais, o acusado, Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos de fuzil que atingiram a menina. Ele disse que os policiais tiveram a atenção voltada para o veículo Peugeot 207, e que a placa indicava que o carro era roubado.

Ainda conforme Fabiano, os policiais então seguiram o carro e ligaram o giroflex para que o veículo parasse. Depois de cerca de 10 segundos, escutaram um som de disparo de arma de fogo. Em seguida, o agente disse que disparou três vezes com o fuzil na direção do Peugeot porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veículo da família de Heloísa.

No entanto, o pai da menina, que estava dirigindo o carro, afirmou que os policiais não sinalizaram para que ele parasse o veículo. A mãe de Heloísa disse que o tiro partiu da PRF e que a família não sabia que tinha comprado um carro roubado. A PRF e o MPF ainda investigam o caso.

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