O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (26) em uma rede social que o Brasil defende a soberania e a integridade dos países e que seu governo está focado em contribuir para uma "resolução pacífica do conflito" entre Rússia e Ucrânia.
No texto, Bolsonaro, mais uma vez, não fez uma crítica direta à Rússia, à invasão ou ao presidente Vladimir Putin. Ele somente declarou que a posição do Brasil em "defesa da soberania, da autodeterminação e da integridade territorial" dos países "sempre foi clara e está sendo comunicada" por meio de canais adequados, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"A posição do Brasil em defesa da soberania, da auto-determinação e da integridade territorial dos Estados sempre foi clara e está sendo comunicada através dos canais adequados para isso, como o Conselho de Segurança da ONU, e por meio de pronunciamentos oficiais", escreveu o presidente.
"Volto a afirmar que eu e meu governo estamos focados em garantir a segurança do nosso país, proteger os interesses do nosso povo, auxiliar os cidadãos brasileiros que se encontram nas regiões conflagradas e contribuir para uma resolução pacífica do conflito", concluiu.
Conselho da ONU
O Brasil condenou a invasão da Rússia ao território da Ucrânia durante seu voto no Conselho de Segurança das Nações Unidas na sexta-feira (25).
Representante do Brasil na ONU, o embaixador Ronaldo Costa Filho disse que o Conselho de Segurança deveria agir urgentemente diante da agressão da Rússia. O diplomata apelou pela "cessação total das hostilidades, pela retirada das tropas e pela retomada imediata do diálogo diplomático".
Costa Filho ainda declarou que o Brasil tentou manter uma posição de equilíbrio, mas que "o uso da força contra a integridade territorial de um Estado-membro não é aceitável no mundo atual".
Durante a reunião, a Rússia vetou uma resolução do conselho que serviria para condenar a invasão da Ucrânia – e foi o único país (dos 15 membros) a votar contra, mas seu voto teve poder de veto.
Histórico
Bolsonaro, que na semana passada esteve com Putin em Moscou, tem sido criticado por não condenar a invasão à Ucrânia, a exemplo do que presidentes e primeiros-ministros de outros países já fizeram. No encontro com Putin, Bolsonaro disse ser 'solidário' à Rússia, mas sem especificar o motivo.
Representantes das embaixadas da Ucrânia e dos Estados Unidos no Brasil afirmaram que aguardavam qualquer declaração do Brasil que condenasse os ataques feitos pela Rússia.
Em nome do Brasil, houve somente duas declarações contra a guerra até o momento: o voto proferido na ONU pelo embaixador Ronaldo Costa Filho e fala do vice-presidente Hamilton Mourão, que disse não concordar com a invasão. Mourão, porém, foi desautorizado por Bolsonaro durante uma transmissão pela internet.