O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, voltou a ganhar força, nesta quarta-feira (14), encerrando o pregão com alta de 1,99%, aos 119.068 pontos, o maior patamar desde 21 de outubro do ano passado. O crescimento é uma repercussão da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de interromper o ciclo de altas dos juros dos Estados Unidos e da alteração da perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil — que passou de estável para positiva — pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings.
O Comitê de Política Monetária (Fomc) do Fed anunciou nesta quarta-feira a manutenção da taxa de juros do país entre 5% e 5,25%. Esta é a primeira vez que o Fed não altera a taxa desde março de 2022, após dez aumentos. Em sua última decisão, a taxa subiu 0,25 ponto percentual e estava, à época, no intervalo de 4,75% a 5%.
Inicialmente, a previsão de novos aumentos das taxas da maior economia do mundo repercutiu negativamente nas bolsas, já que juros altos mantêm o incentivo aos investidores deixarem o dinheiro em renda fixa. Contudo, em coletiva de imprensa após a divulgação da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que todas as autoridades do Fed projetam mais aumentos de juros ainda este ano, considerando apenas uma pausa momentânea. Em comunicado, o Fed indicou que o corte dos juros deve ocorrer apenas a partir do ano que vem.
A decisão veio em linha com as estimativas do mercado e reflete os níveis ainda altos da inflação norte-americana. Na visão de Jerome Powell, o caminho para a alta dos juros está perto do fim, apesar de ainda ver riscos altos para a inflação. Jerome Powell apontou o setor de habitação como um dos desafios da inflação dos Estados Unidos. "A desinflação dos serviços desse setor será um pouco mais lenta do que esperamos", disse. "A inflação [geral] moderou um pouco desde meados do ano passado", destacou Powell. "As pressões inflacionárias, no entanto, continuam altas."
Dólar em queda
Na tarde desta quarta-feira (14), a S&P Global Ratings, agência de classificação de risco, alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva, o que indica uma melhora na percepção do risco de crédito do país. O Brasil não registrava classificação positiva desde 2019. O cenário também reforçou a queda do dólar. A moeda norte-americana encerrou a sessão com recuo de 1,14%, encerrando o dia vendida a R$ 4,807, mantendo o câmbio no patamar mínimo desde junho do ano passado.
Com informações da Reuters