O presidente Jair Bolsonaro conversou por telefone nesta quinta-feira (3) com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, informou o governo britânico.
Segundo o material divulgado, Bolsonaro e Johnson concordaram em pedir um cessar-fogo urgente na Ucrânia e disseram que a paz deve prevalecer na região.
Ainda de acordo com o material divulgado pelo governo do Reino Unido, Boris Johnson afirmou no telefonema que as ações do governo de Vladimir Putin na invasão da Ucrânia foram "repugnantes", e que o mundo não pode permitir o êxito das agressões promovidas pela Rússia.
Johnson também afirmou a Bolsonaro na ligação, segundo o governo britânico, que o Brasil foi um "aliado vital" na Segunda Guerra Mundial – e que, novamente, a voz do país se mostra crucial para a solução da crise.
No contato por telefone, Boris Johnson e Jair Bolsonaro concordaram sobre a importância de pedir o fim da violência e garantir a estabilidade global. O primeiro-ministro britânico também afirmou que espera trabalhar em cooperação com Bolsonaro em assuntos bilaterais como segurança e comércio.
A posição do Brasil
Nesta quarta-feira (2), o Brasil foi um dos 141 países a votar na sessão extraordinária da Assembleia-Geral das Nações Unidas para condenar a invasão russa na Ucrânia.
Os países que votaram contra foram Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. A China se absteve.
O texto "deplora nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia". Ela é não vinculante, o que significa que, a partir dela, os países não são obrigados a fazer nada. Sua importância, portanto, é política: mostra como a maioria dos países vê a invasão promovida por Moscou.
No voto a favor da resolução da Assembleia-Geral, o Brasil alerta que "a resolução é um apelo à paz da comunidade internacional. Mas a paz exige mais do que o silêncio das armas e a retirada das tropas. O caminho para a paz requer um trabalho abrangente sobre as preocupações de segurança das partes".
Apesar do posicionamento explícito do Brasil na ONU, as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o tema até o momento não deixam clara a posição de repúdio à invasão russa na Ucrânia.
Rússia e Ucrânia concordam com terceira rodada de negociações
As delegações da Rússia e Ucrânia terminaram o encontro desta quinta-feira e concordaram com uma terceira rodada de negociações.
Imagens divulgadas pelas autoridades mostram os negociadores apertando as mãos na mesa de reunião. Essa é a 1ª vez que isso foi registrado.
Um porta-voz da delegação ucraniana disse que "houve entendimento" para a criação de corredores humanitários para a entrada de provisões e a retirada de civis.
O porta-voz da delegação ucraniana, Mykhailo Podolyak, disse que a terceira rodada de negociações com a Rússia acontecerá no começo da próxima semana.
Nesta quinta-feira, as delegações chegaram a um acordo para a criação de um corredor humanitário para a retirada de civis das áreas de conflito e a entrada de medicamentos.