IGOR GIELOW
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O governo de Vladimir Putin na Rússia condenou nesta segunda (9) os atos de violência e depredação promovidos por ativistas bolsonaristas em Brasília no domingo.
"Condenamos da maneira mais firme as ações dos instigadores de distúrbios e apoiamos plenamente o presidente brasileiro Lula da Silva", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em sua fala diária com repórteres.
Com isso, Putin seguiu a posição de seu rival geopolítico Joe Biden, o presidente americano que considerou a depredação da sede dos três Poderes por bolsonaristas como "ultrajante" no próprio domingo. Outros líderes ocidentais fizeram o mesmo.
Pouco antes do segundo turno, a Folha questionou em Moscou Putin acerca de como ele via o processo eleitoral brasileiro. Ele foi diplomático, dizendo que manteria a boa relação com o Brasil fosse o vencedor Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nos bastidores, integrantes do governo russo diziam preferir a vitória de Bolsonaro por considerá-lo mais manipulável e menos experiente do que Lula.
Na prática, contudo, ambos os rivais brasileiros mantinham a mesma posição em relação ao tema central para a Rússia, a Guerra da Ucrânia: tanto Lula quanto Bolsonaro se posicionaram contra a invasão, mas sustentam a neutralidade brasileira ao não apoiar as sanções ocidentais contra o Kremlin.