O coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), será ouvido novamente pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (11) no inquérito que investiga a tentativa de articulação de um golpe de Estado em 2022. Confirmado pela defesa ao blog de Camila Bomfim, Cid, que já fechou acordo de delação com a PF, é chamado para esclarecer detalhes cruciais após o avanço das investigações.
Os investigadores esperam que Cid forneça informações que esclareçam ou reforcem pontos destacados pelo ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, em depoimento anterior. O conteúdo de seu depoimento anterior, em 1º de março, foi considerado esclarecedor pelos policiais federais.
Entre os principais pontos a serem esclarecidos, destaca-se o depoimento de Freire Gomes, em que ele afirmou que Bolsonaro não só sabia da "minuta do golpe" como pretendia implementar o plano, contrariando a versão de Cid. A "minuta do golpe" é um dos pontos centrais, sendo um rascunho de decreto para instaurar o "estado de defesa" no TSE.
Outros pontos incluem a reunião ministerial de julho de 2022, na qual Bolsonaro discute um "plano B" diante da possibilidade de derrota nas eleições, e a suposta "contrariedade" de Cid com a interpretação da PF sobre seus depoimentos. Cid pode ser preso preventivamente se não colaborar, segundo fontes anônimas da PF. O advogado de Cid espera um depoimento tranquilo, assegurando que ele responderá a todas as perguntas. Este novo depoimento ocorre após a PF ouvir ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica.
Resumo detalhado de cada ponto
1. Depoimento do General Freire Gomes:
- Freire Gomes afirma que Bolsonaro sabia da "minuta do golpe" e pretendia implementar o plano, contrariando a versão de Cid;
- Cid alega que Bolsonaro recebeu a minuta, mas não expressou opinião ou intenção de seguir o plano;
- A "minuta do golpe" propunha um decreto para instaurar o "estado de defesa" no TSE, investigando abusos e restaurando a "lisura" da eleição;
- Cid pode ser preso preventivamente se não colaborar, mas seu advogado espera um depoimento tranquilo.
2. Reunião ministerial em 2022:
- Bolsonaro, em reunião, sugere acionar "plano B" diante da possível derrota nas eleições, insinuando fraude;
- O vídeo da reunião foi encontrado no computador de Cid, mas a defesa alega que ele não sabia da reunião e não estava presente.
3. "Contrariedade" com depoimentos:
- Explicar a suposta "contrariedade" com interpretação da PF;
- Alega que seus depoimentos não implicaram Bolsonaro em tentativa de golpe, destacando especulações sobre ações em caso de fraude não comprovada.
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