A alta cúpula militar decidiu que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não será promovido a coronel do Exército, mantendo-o no posto de tenente-coronel. A possível promoção, prevista para março ou abril devido ao tempo de serviço, foi descartada devido às investigações em que Cid está envolvido, incluindo a apuração da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado.
A cúpula militar avaliou que a promoção acarretaria considerável desgaste, optando pelo aguardo de uma possível denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nas próximas semanas, o que automaticamente impediria a promoção, conforme reportagem de Gerson Camarotti no site g1.
TEMOR ENTRE MILITARES: O clima de tensão entre militares envolvidos na investigação sobre um suposto golpe de Estado com o ex-presidente atingiu seu ápice na última sexta-feira (1º), com o depoimento do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, à PF. Contudo, é o interrogatório do ex-ajudante de ordens da Presidência, que causa maior apreensão entre os militares investigados.
A expectativa entre os militares alinhados a Bolsonaro é que nos novos depoimentos, Cid forneça detalhes sobre o papel de cada integrante do Exército na suposta trama golpista. Acredita-se que o ex-ajudante de ordens, inicialmente cauteloso para proteger seus colegas, possa revelar informações cruciais, envolvendo membros de alta patente, como os generais e ex-ministros Augusto Heleno, Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, e Estevam Theophilo Oliveira.
O novo interrogatório de Cid ainda não foi marcado, pois a PF considerou necessário avançar em outras frentes antes de ouvi-lo novamente, principalmente após o depoimento de Freire Gomes realizado na sexta-feira. Os investigadores buscam fechar todas as pontas do roteiro do golpe antes de convocar Cid. Caso os esclarecimentos do ex-ajudante de ordens não atendam às expectativas, existe a possibilidade de ele perder os benefícios de sua delação e retornar à prisão.
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