A Polícia Federal (PF) planeja realizar um novo interrogatório com Mauro Cid para esclarecer áudios polêmicos nos quais o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro faz críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e à própria PF. Os áudios, divulgados pela revista Veja na noite de quinta-feira (21), geraram questionamentos sobre o rumo das investigações.
Segundo a reportagem, Cid afirmou que a PF já possui uma "narrativa pronta" e que os investigadores não têm interesse em descobrir a verdade. Diante dessa divulgação, a PF está reconsiderando a delação premiada de Mauro Cid, que foi aceita pela instituição em setembro de 2023.
Fontes próximas à investigação sugerem que Cid tem mais a perder do que a ganhar com suas declarações, já que sua delação parece confirmar as evidências já reunidas pela Polícia Federal, oferecendo poucas informações novas. Além disso, membros da PF interpretam as críticas de Cid como uma tentativa de enviar mensagens para seu círculo pessoal, incluindo ataques à própria PF e ao ministro Alexandre de Moraes.
No meio militar, se for confirmado que Cid está agindo em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, sua atitude é vista como contraproducente, uma vez que as investigações sobre o ex-ajudante de ordens já estão em estágios muito avançados.