A situação envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o casal que o teria agredido no aeroporto de Roma está gerando polêmica e impasse entre as autoridades brasileiras e italianas. As imagens da confusão captadas pelo circuito interno de TV do aeroporto ainda não foram enviadas ao Brasil e sua liberação está em compasso de espera.
A Polícia Federal brasileira solicitou o material à polícia italiana em 18 de julho, por meio do acordo de cooperação internacional entre os dois países. Contudo, a liberação das imagens está demorando além do esperado, pois a autoridade central italiana responsável pelo caso exigiu uma autorização judicial antes de compartilhar as cenas.
Os agentes da PF acreditavam que o procedimento entre as polícias seria ágil, mas a grande repercussão do incidente pode ter influenciado a decisão italiana de submeter o pedido à Justiça. Sem acesso às imagens, a PF não consegue determinar a versão verídica dos acontecimentos nem concluir a investigação sobre as agressões contra Moraes e sua família.
De acordo com o relato do ministro à PF, a confusão teve início quando a brasileira Andreia Munarão se aproximou dele na sala VIP e o ofendeu com palavras pejorativas. Em seguida, o marido de Andreia, Roberto Mantovani, teria se envolvido na discussão e agredido o filho do ministro, Alexandre, causando tumulto. O genro do casal, Alex Zanatta, também teria participado do conflito.
Porém, o casal e o genro negam ter agredido o ministro ou seus familiares. Segundo eles, foram eles que sofreram a agressão. Andreia afirmou que apenas reclamou sobre privilégios de Moraes na sala VIP, mas ele não estava presente no momento da queixa.
Enquanto o impasse persiste, o advogado do casal entregou à PF um vídeo que supostamente mostraria parte da confusão, com Moraes chamando o rapaz de bandido. Contudo, os investigadores perceberam que o vídeo havia sido editado e solicitaram o celular que fez a gravação. O advogado afirmou que entregaria o aparelho apenas após ter acesso ao inquérito, o que ainda não aconteceu.
Diante desse cenário, a conclusão das investigações fica em suspenso, aguardando a decisão judicial italiana e a disponibilização das imagens cruciais para a elucidação dos fatos ocorridos no aeroporto de Roma.