Em um recente depoimento à Polícia Federal, o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como o Hacker da Vaza Jato, revelou que decidiu entregar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por medo de ser vítima de uma "queima de arquivo". Delgatti alega que a parlamentar o financiava para cometer uma série de irregularidades, incluindo tentativas de invasão nas urnas eletrônicas, nos telefones celulares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo Delgatti, o objetivo dessas ações era desmoralizar a Justiça, seu sistema de informática e os ministros considerados inimigos do bolsonarismo. O hacker mencionou ter notado que Zambelli marcava encontros em rodovias e locais isolados, muitas vezes durante a madrugada, o que despertou nele o receio de ser eliminado como parte de um possível plano de "queima de arquivo".
Em conversas com pessoas próximas, Delgatti expressou sua preocupação com a própria segurança e decidiu revelar as supostas atividades ilícitas de Zambelli à polícia. O hacker foi preso anteriormente em 2019 por esses acessos ilegais, mas acabou sendo colocado em liberdade. No entanto, em junho, foi detido novamente por descumprir medidas judiciais, já que estava proibido de acessar a internet. Delgatti admitiu em entrevista que continuava cuidando do site e das redes sociais de Zambelli. Recentemente, a Justiça autorizou sua soltura mais uma vez.
Carla Zambelli, por sua vez, afirmou desconhecer e negar veementemente as alegações feitas por Delgatti em relação a seu envolvimento nessas atividades ilegais. Seu advogado, Daniel Bialski, anunciou que solicitará acesso aos autos do processo e tomará todas as medidas necessárias após analisá-los.
Durante depoimento prestado nesta terça-feira, 11, o hacker Walter Delgatti Netto afirmou que a deputada Carla Zambelli solicitou, em setembro de 2022, para que ele invadisse as urnas eletrônicas e também pudesse adquirir a conta de e-mail e o telefone do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Ele declarou que não obteve êxito na infiltração do sistema eleitoral e não encontrou nada que comprometesse o magistrado e a deputada, segundo ele, queria qualquer evidência nem que fosse forjada.
Na época, segundo Walter Delgatti, as pesquisas apontavam que o atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, estava à frente do então presidente Jair Bolsonaro e durante este período, o ex-presidente junto com os seus apoiadores, sem apresentar provas, vinham desacreditando desacreditando e atacando a segurança do sistema eleitoral.