A corrida eleitoral para a Prefeitura de Foz do Iguaçu, no Paraná, já está envolvida em polêmicas, mesmo antes do início oficial. O empresário Paulo Mac Donald, concorrente pelo PP, alega que suas comunicações telefônicas foram interceptadas clandestinamente por razões políticas. Ele relata que, no começo do mês passado, percebeu que informações restritas a seu círculo de assessores estavam chegando ao conhecimento dos concorrentes. Para descobrir a fonte dos vazamentos, contratou uma empresa de contraespionagem, que confirmou a suspeita de que seus celulares foram grampeados. O laudo técnico foi encaminhado à Polícia Federal, juntamente com um pedido de investigação para identificar os responsáveis. Esse incidente promete esquentar a disputa eleitoral na sétima maior cidade do Paraná.
Mac Donald, ex-prefeito da cidade e líder nas pesquisas, notou ruídos estranhos nas ligações, mas inicialmente não deu muita importância. No entanto, coincidências começaram a surgir: adversários pareciam antecipar seus encontros com eleitores, apesar de algumas agendas serem conhecidas apenas por ele e sua esposa. Desconfiado, ele contratou uma empresa israelense que comprovou a interceptação de seus celulares por 30 dias, sugerindo a ação de profissionais. Mac Donald prefere não fazer acusações precipitadas, aguardando a investigação.
INSINUAÇÕES
Nos bastidores, aliados de Mac Donald insinuam que o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro e ex-presidente da Petrobras e Itaipu Binacional, e atual candidato do PL à prefeitura, poderia estar envolvido, dada sua ligação com alguns dos indivíduos que possivelmente sabiam da agenda do empresário. Nelsi Vermelho, deputado federal do PL, lembra que Silva e Luna poderia ser o principal beneficiado pela violação das comunicações. O general nega qualquer envolvimento, destacando sua longa carreira pública sem problemas.
A campanha também é marcada pela influência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve o dobro de votos de Lula na cidade em 2022. Tanto Mac Donald quanto Silva e Luna buscam seu apoio. Bolsonaro inicialmente vetou Silva e Luna, mas a mudança de partido do general e acordos políticos complicaram a situação, deixando Bolsonaro entre dois aliados. Recentes pesquisas mostram Mac Donald na liderança com 44,6% das intenções de voto, enquanto Silva e Luna tem 17%. Silva e Luna espera reverter esses números com a ajuda de Bolsonaro, que prometeu visitar a região em breve. Mac Donald, por sua vez, aguarda uma posição clara do ex-presidente, lembrando seu apoio na campanha passada.