O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve encerrar 2026 acumulando aproximadamente R$ 147,7 bilhões em despesas que ficam fora dos limites estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal. A estimativa foi enviada à CNN pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado.
O arcabouço fiscal, que substituiu o antigo teto de gastos a partir de 2023, prevê regras mais flexíveis para o controle das despesas públicas. Dentro desse modelo, algumas despesas consideradas excepcionais — como gastos extraordinários e pagamento de precatórios — não são contabilizadas dentro da meta fiscal.
Projeção da IFI para as exceções fiscais por ano:
2023: R$ 241,3 bilhões
2024: R$ 31,9 bilhões
2025: estimados R$ 41,5 bilhões
2026: estimados R$ 74,3 bilhões
Segundo a IFI, o valor elevado de 2023 foi influenciado principalmente pela PEC da Transição e pelo volume de precatórios quitados no período. Naquele ano, o governo central — composto por Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central — fechou o exercício com déficit primário de R$ 230,5 bilhões.
Em 2024, o déficit primário do governo central ficou em R$ 11 bilhões, número que permitiu o cumprimento da meta fiscal estabelecida. O Tesouro Nacional, no entanto, afastou desse cálculo cerca de R$ 32 bilhões, majoritariamente destinados ao Rio Grande do Sul para ações de emergência após as enchentes.
Outras projeções também apontam para um volume elevado de gastos excepcionais até o fim do mandato. A Warren Investimentos calcula que Lula deve encerrar o período com R$ 134,6 bilhões fora dos limites fiscais. Os economistas Felipe Salto e Josué Pellegrini projetam despesas extraordinárias de R$ 44,8 bilhões em 2025 e R$ 57,8 bilhões em 2026.
Previsões da Warren Investimentos:
2023: R$ 241,6 bilhões
2024: R$ 31,97 bilhões
2025: R$ 44,8 bilhões
2026: R$ 57,8 bilhões
Para 2025, o governo estabeleceu como meta um déficit primário zero — ou seja, igualar receitas e despesas primárias. Já em 2026, o objetivo é alcançar superávit de 0,25% do PIB, sinalizando uma tentativa de recompor o resultado fiscal no último ano do mandato.