Na última segunda-feira (11), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), organizou uma reunião entre o ministro da Defesa, José Múcio, e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. Durante o encontro, eles discutiram questões delicadas que dividem os dois ministérios dentro do mesmo governo.
Os ataques golpistas de 8 de janeiro e as investigaçõe envolvendo militares foram os principais tópicos da reunião. Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que é responsabilidade do tribunal processar e julgar crimes ocorridos na Praça dos Três Poderes, independentemente dos investigados serem civis ou militares. No mês passado, o ex-comandante do Exército, Júlio César Arruda, foi interrogado por delegados.
Os três também abordaram a segurança do presidente e de outras autoridades do governo. No mês passado, Lula definiu que a segurança será feita de forma híbrida, com a participação de civis e militares, mas com o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A PF não ficou satisfeita por ter perdido a liderança nessa área, pois considera um retrocesso que policiais civis sejam subordinados a militares. Após a decisão, a primeira-dama, Janja da Silva, demonstrou interesse em manter os policiais federais que já fazem parte de sua equipe de segurança.
Outro assunto sensível entre os ministérios é o novo decreto para a regulamentação de armas, redigido por um grupo ligado ao Ministério da Justiça.
O texto propõe transferir do Exército para a PF a responsabilidade de controlar caçadores, atiradores esportivos e colecionadores de armas, conhecidos como CACs. Nesse caso, o Exército se opõe a perder essa atribuição. A proposta está sendo analisada pela Casa Civil.
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