O pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso é apenas a “primeira leva” de medidas do ajuste fiscal do governo, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta (20). Ele afirmou que a revisão de despesas será permanente e que decidiu enviar as propostas agora para reduzir as incertezas em relação ao arcabouço fiscal.
Mais medidas
Haddad admitiu que defendeu mais medidas no pacote, mas que teve de fazer um trabalho de convencimento dentro do governo. “Lutei por mais medidas. O papel da Fazenda é esse, mas existe uma mediação que passa por outros ministérios e o Congresso”, justificou.
Trabalho constante
Para Haddad, a revisão de gastos públicos será constante daqui para a frente. “Se depender de mim, essa agenda teve um início importante e não deveria parar. Rever gastos deveria ser prática rotineira do Executivo. Isso vale inclusive para os governos locais. A prefeitura, o estado, precisa ter uma rotina de revisão de gastos".
Juros
Em relação ao impacto da elevação dos juros, Haddad descartou a possibilidade de o governo fazer algum estímulo parafiscal, usando recursos fora do Orçamento, como saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para o ministro, esse tipo de ação não é necessário porque as próprias projeções oficiais apontam crescimento de mais de 2% do Produto Interno Bruto.
Declaração
“Não pretendo fazer nenhuma política de estímulo parafiscal. Nossa projeção de crescimento para o ano que vem é 2,5%. Ela está no Orçamento e é 1 ponto percentual abaixo deste ano. A desaceleração já estava mais ou menos contratada pelo próprio governo”, explicou. (Informações da Agência Brasil)