Na manhã desta quinta-feira (29), no aeroporto de Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou sua indignação em relação à possibilidade de ser declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele classificou a situação como uma "injustiça" e reafirmou que não se arrepende do encontro com embaixadores, encontro esse que ele acatou a credibilidade e segurança do sistema eleitoral brasileiro.
Bolsonaro negou ter se encontrado com o ministro do TSE, Kassio Nunes Marques, indicado por ele para ocupar uma das cadeiras ministeriais no Supremo Tribunal Federal (STF), e reiterou suas críticas às urnas eletrônicas.
O ex-chefe do Executivo afirmou que o que está ocorrendo no TSE é um "julgamento político" com o objetivo de prejudicar a direita nas próximas eleições presidenciais. Segundo ele, a esquerda deseja uma eleição em 2026 sem concorrentes, uma espécie de vitória por falta de opositores.
"Está dispensada a eleição de 2026, sem um concorrente à altura. Seria eleger o Lula por aclamação", alegou.
O ex-presidente reafirmou que não se arrepende da reunião com os embaixadores realizada no Palácio da Alvorada no ano passado, durante o período pré-eleitoral, e defendeu que aquilo foi uma resposta ao ministro do STF, Edson Fachin, que havia se reunido com diplomatas meses antes para defender o sistema eletrônico de votação das urnas.
"Não tem nada demais na minha reunião com os embaixadores. É uma prerrogativa minha na política", declarou.
Placar de 2 a 1 para condenação
Nesta quinta-feira, ocorre o terceiro dia do julgamento no TSE, que definirá o futuro político de Bolsonaro. Os ministros Floriano de Azevedo e Benedito Gonçalves votaram a favor de sua inelegibilidade durante oito anos. Enquanto isso, o ministro indicado pelo ex-presidente, Raul Araújo, votou contra a condenação. Sendo assim, até o momento da publicação desta matéria, o placar se encontra em 2 a 1 para a inelegibilidade de Bolsonaro.