Cresce a guerra pela queda de juros, por José Osmando

A batalha por redução de juros ganha força no mercado brasileiro

Taxas de juros altas prejudica empresas e atividade industrial | div
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Por José Osmando de Araújo

 A cada dia que passa surgem evidências absolutamente lógicas de que parece insustentável manter as taxas de juros Selic - fixadas pelo Banco Central em 13,75% desde agosto do ano passado-, no atual patamar, pelas comprovações de que essa insistência do senhor Roberto Campos Neto, com respaldo político do tal “mercado”, está afundando a economia brasileira.

A primeira evidência vem do próprio mercado. Os índices de inflação, conferidos mensalmente pelo IBGE, estão em queda, embora lenta, mas gradualmente, a cada anúncio que é feito. Nessa última sexta-feira, por exemplo, o instituto revelou o acompanhamento que fez durante o mês de abril, que ficou em 0,61%, ante os 0,71% que haviam sido acumulados durante o mês de março, uma queda, portanto, de 0,10 pontos. 

MENOR TAXA

Em 12 meses, a inflação firmou-se em 4,18%, representando uma desaceleração diante dos 4,65% registrados nos 12 meses até março passado, ou seja, uma diminuição de 0,47% no decorrer de um ano. Essa é a menor taxa, e muito próxima, daquela que se registrou em outubro de 2020, quando foram acusados 3,92%. 

Outra observação importante: no ano de 2023, a taxa acumulada é de apenas 2,72%. Como a meta de inflação no Brasil para este exercício fiscal, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, o limite mínimo é de 1,75% e o limite máximo é de 4,75%, representando 0,57% para menor, reduzindo-se a chance de que a inflação oficial possa ultrapassar o teto fixado para o período.

IMPOSIÇÃO DE TAXAS

Agora, surge outro ponto profundamente significativo, disparado pelo próprio mercado: as empresas, que fazem a produção nacional existir, gerar riqueza e manter empregos em alta, e que garantem a livre concorrência e preços acessíveis aos consumidores, já não estão suportando conviver com uma imposição de taxas de juros Selic na dimensão em que se encontram.

ATIVIDADES REDUZIDAS

Esses juros absurdos, que parecem orgulhar a direção do Banco Central por sua condição de mais altos do mundo, estão fazendo com que as indústrias tenham suas atividades reduzidas, ou mesmo parem de funcionar.  São vários os segmentos empresariais afetados, sobretudo nas áreas industriais e da prestação de serviços.

Ontem mesmo, dirigentes empresariais do setor automotivo fizeram suas as constantes manifestações do Presidente Lula contra as elevadas taxas de juros.

A paralisação na produção de veículos no Brasil tem sido uma constante, com agravamento progressivo. A cada mês uma fábrica encerra suas atividades de produção, pois está impossível manter o fluxo financeiro para suas necessidades, com taxas Selic de 13,75% e que chegam ao final, aplicadas pelos bancos, em patamares muito mais elevados. Coloca-se, assim, uma tremenda barreira no acesso ao crédito.

MERCADO AUTOMOTIVO

E esses dirigentes fazem um alerta: se não houver uma redução nessas taxas, o mercado automotivo vai continuar dando as tristes notícias de que novas fábricas pararam de funcionar. As taxas atuais, segundo eles, em coro uníssono com o Presidente Lula, são incompatíveis com o desenvolvimento nacional, com o crescimento da indústria e com a geração de empregos. 

Manter as taxas de juros nos escandalosos limites de agora, mas numa sangria que vem desde agosto do ano passado, - prova-se a cada instante-, só interessa aos poderosos especuladores do mercado de capitais, que não geram produção, não garantem os empregos, e nem horizontalizam as riquezas; ou a um grupo de políticos ideológicos e oportunistas, que desejam o fracasso do governo atual. Mesmo que o amargo preço dessa visão caótica seja pago pelo povo.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES