O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, recusou-se a comentar o alegado pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao governo israelense para acelerar a repatriação de 32 brasileiros que se encontravam na Faixa de Gaza. O silêncio de Zonshine foi mantido tanto durante uma ligação telefônica na última sexta-feira (10) quanto por mensagens de texto na segunda-feira (13) em resposta ao jornalista Paulo Cappelli que questionava sobre a suposta intervenção de Bolsonaro nas tratativas diplomáticas.
Bolsonaro afirmou ter abordado o assunto com o embaixador durante um encontro na Câmara dos Deputados, no último dia 8, e tentou capitalizar a ação para repatriar os brasileiros impedidos de deixar a Faixa de Gaza. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) declarou que não houve participação direta do ex-presidente nas negociações com Israel.
Além disso, após a exibição de um vídeo na Câmara dos Deputados que mostrava a atuação de terroristas do Hamas, Bolsonaro conspirou contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na presença de Zonshine. O ex-mandatário acusou, novamente sem provas, o governo Lula de "complacência" com terroristas, mencionando a suposta omissão no caso da ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt, mantida refém das Farc por seis anos em território amazônico.
Ao ouvir as críticas, o embaixador Zonshine permaneceu em silêncio. No entanto, Betancourt, ao se reunir com Lula em 2008, contradisse as alegações de Bolsonaro, afirmando: "O presidente Lula sempre colaborou com o processo da minha libertação de forma discreta, mas efetiva. Lula sempre trabalhou nos bastidores pela minha libertação".
O episódio revela um cenário de tensão diplomática entre os dois países, com o embaixador israelense evitando comentários diretos sobre as ações e declarações do ex-presidente brasileiro.
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