Após a homologação da delação premiada de Ronnie Lessa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo as investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco, a defesa do réu acusado de envolvimento no crime anunciou nesta quarta-feira (20) que irá abandonar o caso. Lessa encontra-se detido desde 2019, acusado de ser um dos executores do assassinato. Segundo apurações conduzidas pelo jornalista César Tralli, Lessa forneceu informações sobre os mandantes e as circunstâncias do assassinato.
De acordo com as declarações de Lessa, os mandantes são integrantes de um grupo político influente no Rio de Janeiro, com interesses em vários setores do Estado. O ex-policial militar detalhou encontros com esses indivíduos e forneceu indícios sobre as motivações por trás do crime.
Em nota assinada pelos advogados Fernando Santana e Bruno Castro, a defesa alega que "por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores". Os advogados representavam Lessa em 12 processos e afirmaram que desde o início deixaram claro que não defenderiam o réu caso ele optasse por fechar um acordo de delação premiada. "Nesse cenário, apresentaremos renúncia ao mandato em todos os doze processos que atuamos para ele, ou seja, a partir de hoje não somos mais advogados de Ronnie Lessa", afirmou a nota.
AVISO A RONNIE LESSA: A ex-defesa informou que Ronnie Lessa já havia sido avisado dessa condição desde o primeiro contato com os advogados, há cinco anos, e que não foram chamados por ele para participar do processo de delação.
Até o momento, não há informações sobre a constituição de uma nova defesa para Ronnie Lessa. No entanto, em janeiro, os advogados Bruno Castro e Fernando Santana já haviam ameaçado abandonar o caso em caso de colaboração do réu, afirmando que foram "pegos de surpresa" diante de rumores sobre a delação premiada.
A homologação da delação de Ronnie Lessa foi anunciada ontem pelo Ministério da Justiça, sendo que o caso tramita em segredo de Justiça sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes. A divulgação dos resultados das investigações deve ocorrer "muito em breve", segundo afirmou o ministro Ricardo Lewandowski.
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