A delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos contra a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, foi validada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), indicando um possível desfecho para o caso que chocou o país. Após análise da colaboração de Lessa e confirmação das informações por parte da Polícia Federal do Rio de Janeiro, a validação da delação é vista como um passo crucial rumo ao fim das investigações.
Antes de Lessa, o também ex-PM Élcio de Queiroz já havia feito uma delação, corroborando os detalhes do ataque à parlamentar e apontando outros envolvidos, como o ex-bombeiro Maxwell Simões, conhecido como Suel. A participação de Edilson Barbosa dos Santos, apelidado de Orelha, e do sargento da PM Edmilson da Silva de Oliveira, conhecido como Macalé, também foram reveladas por Élcio. Este último, segundo os investigadores, foi vítima de um assassinato em 2021, caracterizado como "queima de arquivo".
A delação de Lessa foi levada ao STF devido à identificação, por parte do colaborador, de um mandante do crime com foro privilegiado. A homologação da delação foi anunciada pelo ministro Ricardo Lewandowski cinco dias após o sexto aniversário da morte de Marielle. Com a validação da delação, os dois suspeitos de serem os mandantes do assassinato serão julgados pela Suprema Corte. O próximo passo cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá denunciar os acusados e solicitar as prisões, cabendo a Moraes decidir sobre os pedidos.
O STF, responsável por julgar casos envolvendo autoridades como presidentes, ministros, senadores e deputados federais, agora terá em suas mãos o desfecho do caso Marielle. No entanto, vale ressaltar que, na data do assassinato, uma das autoridades apontadas por Lessa não estava no exercício da função com foro privilegiado. Enquanto isso, Lessa, Élcio e Suel enfrentarão o julgamento pelo duplo homicídio no 4º Tribunal do Júri da Capital fluminense, onde já estão em processo.
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