8/1: Funcionário desmente Exército e revela detalhes da invasão no Planalto

O servidor contrariou as conclusões de um inquérito militar que exonerou as tropas de qualquer responsabilidade nos ataques antidemocráticos

Negligência militar | Reprodução
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Um novo capítulo no conturbado cenário político surgiu com o depoimento de um servidor da Polícia Federal (PF), que estava lotado no Palácio do Planalto durante a invasão ocorrida em 8 de janeiro. Contrariando as conclusões de um inquérito militar que exonerou as tropas de qualquer responsabilidade nos atos golpistas, o funcionário revelou uma série de momentos em que soldados do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), pertencente ao Exército, interagiram amistosamente com os invasores e se mostraram passivos frente aos acontecimentos.

O depoimento crucial foi prestado à PF em 11 de janeiro, apenas três dias após o ataque golpista ao Planalto, e teve como palco a extinta Secretaria Extraordinária de Segurança Presidencial, cujas funções foram posteriormente transferidas ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). No último domingo (30/7), a imprensa revelou que o servidor foi encaminhado de volta à PF após todo o episódio.

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Nesta segunda-feira (31/7), um inquérito policial militar, instaurado pelo próprio Exército para apurar a conduta dos militares responsáveis pela segurança do Planalto durante a invasão, apontou "indícios de responsabilidade" atribuídos ao GSI.

Segundo o depoente, os militares do BGP portavam equipamentos antidistúrbio civil, mas abstiveram-se de qualquer ação repressiva contra os invasores. Ele descreveu que alguns manifestantes estavam tranquilamente sentados em cadeiras dentro do Palácio, enquanto outros entravam e saíam do edifício livremente, enquanto os militares do BGP observavam passivamente toda a cena. Além disso, vídeos da invasão do Planalto corroboram seu testemunho, mostrando que os militares presentes não tomaram medidas efetivas para conter a ação dos invasores.

O servidor indignado revelou que chegou a gritar com os militares do Exército, pedindo-lhes que tomassem uma atitude contra os extremistas, mas suas palavras foram ignoradas. Isso levanta sérias questões sobre o comando e o preparo dos militares no local durante os eventos do fatídico dia.

O relato impactante e os vídeos que o confirmam levantam preocupações sobre a segurança do Palácio do Planalto naquela ocasião. As circunstâncias suscitam questionamentos sobre a atuação da tropa do BGP e a condução da situação, além de colocar em xeque o papel do GSI naquele contexto. A investigação em curso pode trazer à tona informações cruciais para esclarecer os acontecimentos que abalaram o país. Resta aguardar os desdobramentos e as respostas que a Justiça e a sociedade anseiam por conhecer.

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