Exército terá 10 dias para explicar ordem para Cid usar farda na CPI

Em nota, o Exército justificou que o tenente-coronel estava uniformizado “porque é assim que se apresentaria em juízo”

Exército terá 10 dias para explicar ordem para Cid usar farda na CPI | Lula Marques/Agência Brasil
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O Ministério Público Militar concedeu um prazo de dez dias para que o comandante do Exército, general Tomás Paiva, preste informações a respeito do pedido feito ao tenente-coronel Mauro Cid. O tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente atuou como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi solicitado a comparecer fardado para depor perante a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Essa decisão foi tomada em resposta a uma representação da deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP).

Em 11 de julho, quando prestou depoimento à CPMI, o Exército disse que Mauro Cid utilizou a farda "para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força". O tenente-coronel, que está  preso desde o dia 3 de maio por suspeita de envolvimento em grupo que falsificava dados de vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde, está sempre uniformizado na prisão e "se apresenta uniformizado, porque é assim que se apresentaria em juízo", diz a nota do Exército. Durante o seu depoimento na CPMI, o tenente-coronel Mauro Cid optou por não responder a nenhuma das perguntas apresentadas, amparando-se no habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).  

Mauro Cid movimentou mais de R$ 3 milhões em seis meses, diz Coaf

Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) está investigando movimentações financeiras consideradas "atípicas" e "incompatíveis" nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O militar encontra-se sob custódia e é alvo de investigações da Polícia Federal por suposto envolvimento em um esquema de fraudes relacionado ao cartão de vacinação, além de ser acusado de manter conversas com teor golpista. 

De acordo com o documento obtido pelo jornal O GLOBO, o Coaf destacou indícios de que Mauro Cid realizou movimentações de recursos que não condizem com seu patrimônio, atividade econômica ou remuneração mensal de R$ 26.239, recebida como militar da ativa. Durante um período de sete meses, entre 26 de julho de 2022 e 25 de janeiro de 2023, o militar movimentou um total de R$ 3,2 milhões, sendo R$ 1,4 milhão em débitos e R$ 1,8 milhão em créditos.

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