A Bahia não vive o seu melhor mês. Isso porque, uma onda de violência afeta o estado, e o número de mortos já ultrapassa 50. Nesta terça-feira (26), mais cinco homens foram executados a tiros e dois ficaram feridos durante confrontos com as forças de segurança, na cidade de Acajutiba, a cerca de 185 km de Salvador.
Conforme as informações, a maioria das mortes ocorreu em bairros periféricos da capital. A Bahia registrou ao menos 53 mortes, sendo 52 delas de suspeitos de envolvimentos com crimes e uma de um policial federal, o agente Lucas Caribé. O secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, afirmou que a guerra entre facções é a principal causa da violência no estado.
O confronto entre criminosos e a polícia ocorreu quatro dias após cinco suspeitos de integrar facções criminosas serem mortos em Salvador e um em Feira de Santana, durante uma "megaoperação" que prendeu 15 pessoas no bairro de Águas Claras.
De acordo com a PM, equipes das Companhias Independentes de Policiamento Especializado (Cipes) Litoral Norte e Polo Industrial que intensificaram o policiamento em Acajutiba foram acionadas após receberem informações sobre homens fortemente armados, escondidos em um abrigo improvisado em uma área de mata na região conhecida como "Estrada do Cumbe".
Ao chegarem ao local, um cerco foi realizado e houve um novo confronto entre o grupo e os policiais. Depois da troca de tiros, sete homens foram encontrados feridos e levados a uma unidade de saúde da cidade, onde cinco deles morreram.
Durante a ação foram apreendidos uma espingarda de fabricação artesanal, um rifle calibre 22, três revólveres calibres 38 e 32, uma pistola Taurus calibre 765, um saco, um tablete e 43 porções de maconha, 127 pinos de cocaína e 121 embalagens contendo crack.
FLÁVIO DINO DESCARTOU A POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO FEDERAL
Na manhã do último domingo (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), descartou a possibilidade de uma intervenção federal no estado baiano para conter as ondas de violência que vem ocorrendo. Segundo ele, esse tipo de intervenção só deve ser feita quando há falta de atuação do governo do Estado.
“Não se cogita por uma razão: o governo do estado está agindo. A intervenção federal só é possível quando, de modo claro, inequívoco, o aparato estadual não está fazendo nada [...] É um quadro muito desafiador. O que nós fizemos foi fortalecer a presença da Polícia Federal, sobretudo visando a pacificação. No sentido amplo da palavra 'intervenção', claro que há, no sentido da presença. A presença está sendo ampliada, mas em parceria com o governo do estado", disse o ministro Flávio Dino.