Selfie é prova de crime? Descubra como homem foi inocentado após 2 anos preso

Segundo o Tribunal, os investigadores consideraram o suspeito como cúmplice de B.J. apenas porque ambos haviam sido presos juntos em 2014

Selfie foi usada como prova para inocentar homem que foi preso injustamente por dois anos | Reprodução/TJSP
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Um homem de 33 anos, que passou quase dois anos preso sob suspeita de envolvimento na morte de um policial militar no Guarujá, litoral de São Paulo, foi inocentado graças a uma selfie que provou sua ausência no local do crime, ocorrido em setembro de 2021.

Preso ainda em 2021, o homem estava a 10 quilômetros de distância do local onde o policial Rosa Froes, de 43 anos, foi morto. A selfie, enviada por ele à namorada, serviu como prova de que ele não estava presente no momento do crime. No dia do assassinato, Froes estava em uma motocicleta quando foi abordado por criminosos. Ele reagiu, mas foi morto.

Durante a investigação, a polícia identificou que o carro utilizado pelos criminosos estava registrado no nome de um homem identificado como B.J., que também foi preso. B.J. alegou ter emprestado o veículo a um conhecido apelidado de "Bode" ou "Alemão", que teria conhecido na prisão em 2016.

conclusão do tj-sp

No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concluiu que a polícia associou "Bode" ou "Alemão" ao homem preso sem qualquer fundamento. Segundo o Tribunal, os investigadores consideraram o suspeito como cúmplice de B.J. apenas porque ambos haviam sido presos juntos em 2014. A sentença destaca que a selfie, acompanhada da localização do celular, provou que o homem estava em um local diferente no momento do crime.

Preso temporariamente em setembro de 2021, o homem foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, que solicitou a conversão da prisão para preventiva, posteriormente acatada pelo TJ-SP. Com base nas provas apresentadas pela defesa, ele foi inocentado em primeira instância em julho de 2023 e, em outubro, teve a absolvição confirmada. Em 15 de agosto deste ano, o Ministério Público encerrou o processo, confirmando sua absolvição total.

O advogado Marcos do Nascimento, que defendeu o inocentado, afirmou que o Estado de São Paulo deveria indenizá-lo pelo "tempo perdido que ele jamais recuperará."

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