O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou nesta quarta-feira (29) que apenas quatro pessoas inocentes morreram durante a megaoperação que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão. A declaração foi feita durante entrevista coletiva em que a cúpula da Segurança apresentou o balanço oficial da ação.
“As vítimas são os quatro inocentes que foram baleados e os quatro policiais que morreram”, disse Santos, classificando o número de civis atingidos como “um dano colateral muito pequeno” diante da dimensão da operação.
A ação, considerada a mais letal da história do estado, mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança, 121 pessoas morreram, sendo 117 suspeitos e quatro policiais e 113 foram presas, entre elas 33 de outros estados.
"sucesso" da operação
Mais cedo, o governador Cláudio Castro também comentou os resultados da operação e a classificou como um “sucesso”. Ele destacou a atuação das forças de segurança e prestou solidariedade às famílias dos agentes mortos.
“Temos muita tranquilidade de defendermos tudo que fizemos ontem. Queria me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população. De vítima ontem lá, só tivemos esses policiais”, afirmou.
Castro também afirmou que os confrontos ocorreram em regiões de mata, o que, segundo ele, indica que as pessoas atingidas eram criminosos.
“Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em um dia de operação”, disse. O governador acrescentou que “a Polícia Civil tem a responsabilidade enorme de identificar quem eram aquelas pessoas” e defendeu cautela na divulgação dos números.
corpos achados na mata
Moradores dos complexos da Penha e do Alemão levaram dezenas de corpos foram para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais vias da região, ao longo da madrugada de quarta-feira. Segundo os relatos, pelo menos 74 corpos teriam sido encontrados por moradores. O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, informou que 63 corpos foram encontrados em áreas de mata nos arredores das comunidades.
relembre o que aconteceu
A operação começou na manhã de terça-feira (28) e resultou em uma série de confrontos armados nas comunidades. Durante a tarde, o tráfico teria organizado represálias em diferentes pontos da cidade, com barricadas e veículos queimados em vias como a Linha Amarela, a Grajaú-Jacarepaguá e a Rua Dias da Cruz, no Méier. O clima de tensão se estendeu por várias horas até o encerramento das operações..