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Jovem guarani é decapitado ao lado de carta com ameaça à comunidade indígena

O Ministério dos Direitos Humanos segue acompanhando o caso; bilhete deixado ao lado do corpo haviam ameaças a comunidades indígenas e à Força Nacional

Jovem guarani é decapitado ao lado de carta com ameaça à comunidade indígena | Foto: Reprodução/ Internet
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No último sábado (12/07) um jovem indígena Avá Guarani de 21 anos, filho do cacique da Aldeia Yvyju Avary, foi assassinado e decapitado na cidade de Guaíra, no oeste do Paraná. O corpo foi abandonado em um milharal na entrada da aldeia. Ao lado da cabeça da vitima, foi encontrada uma carta com ameaças às comunidades indígenas que lutam pela retomada de seus territórios na região. 

Segundo a Polícia Civil do Paraná, que investiga o crime, a carta recolhida é assinada por um grupo que faz menção direta ao conflito entre facções criminosas e ameaça eliminar qualquer um que tentar impedi-los. “Se vocês não desocupar (sic) as terras recém invadidas, nós vamos matar mais de vocês, iremos invadir as aldeias já existentes, atacaremos os ônibus com vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas, sim, recheada com ódio”, diz um trecho do documento.

O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), vinculado ao MDHC, passou a acompanhar o caso desde as primeiras horas, em articulação com autoridades locais e federais. No Paraná, o programa monitora 19 lideranças Ava Guarani sob ameaça. “Reiteramos nosso compromisso em defender a vida, a dignidade e os direitos dos povos indígenas. Nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território”, declarou o ministério em nota oficial.

ENTENDA

Desde julho de 2024, o povo Avá Guarani do Paraná é alvo de uma série de ataques de pistoleiros, iniciados a partir da retomada na Terra Indígena (TI) Guasu Guavirá. A comunidade denuncia a narrativa como xenofóbica. Para eles, o objetivo é criminalizar uma luta legítima pela reocupação de terras tradicionais das quais foram expulsos.

As ameaças também foram destinadas a Força Nacional, efetivo do governo federal deslocado para a região desde o acirramento do conflito por terra. “Nós avisou (sic) porque nós somos bandido, mas não covarde. Aguarde o próximo capítulo. Vão ter que andar de blindado”. 

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