Autoridades das forças de segurança pública do Rio de Janeiro detalharam, na tarde desta quarta-feira (29), como ocorreu a megaoperação contra o Comando Vermelho nos Complexos da Penha e do Alemão - a mais letal da história do estado fluminense. Em coletiva, representantes das Polícias Militar e Civil citaram a presença de um 'muro do Bope', que está na área de mata de onde dezenas de corpos foram retirados desde a madruga até o final da manhã.
O secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, explicou que foi feito um cerco no entorno dos Complexos da Penha e do Alemão, com cinco entradas distintas que foram usadas por policiais militares e civis.
Distribuímos as tropas pelo terreno. O diferencial, em relação às imagens que mostravam criminosos fortemente armados buscando refúgio na área de mata, foi a incursão dos agentes do Bope na parte mais alta da montanha que separa as duas comunidades. Essa ação criou o que chamamos de 'muro do Bope' (...) uma linha de contenção formada por policiais que empurravam os criminosos para o topo da montanha, explicou.
MURO DO BOPE
O secretário da PM reforçou que durante a operação os alvos foram ‘empurrados’ para a área de mata. De acordo com as forças de segurança, a força-tarefa cumpriu cerca de cem mandados de prisão e 180 ordens judiciais de busca e apreensão. “Os marginais foram empurrados através das nossas incursões para essa área mais alta e isso tinha um objetivo claro: proteger as pessoas de bem que moram naquela região. A grande maioria dos confrontos e quase a totalidade se deu na área de mata”, reforçou.
Menezes fez uma defesa das críticas em torno da operação que tem, até o último balanço, 119 mortes - sendo quatro policiais e 115 suspeitos de integrarem o Comando Vermelho. A Defensoria Pública da União (DPU) tratou a ação como uma 'execusão sumária'.
‘Maior baque da história do Comando Vermelho’
Durante a coletiva, o delegado Felipe Curi classificou a operação Contenção foi o maior baque da história do Comando Vermelho. “Nunca houve uma ação que desse um baque tão grande. Nem em 2010 com a ocupação do Complexo do Alemão. Foi o maior baque que o Comando Vermelho já tomou com a perda de armas, drogas e principalmente de lideranças”, ratificou.