Criança é encontrada morta em lixeira; vizinhos denunciaram maus-tratos mais de 20 vezes

A mãe da menina está presa preventivamente. Segundo o Tribunal de Justiça, depoimentos e documentos apresentados pela polícia indicam que a mulher submetia a filha a intenso sofrimento físico e mental.

A mãe da menina está presa preventivamente. Segundo o Tribunal de Justiça, depoimentos e documentos apresentados pela polícia indicam que a mulher submetia a filha a intenso sofrimento físico e mental. | FOTO: Reprodução
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A pequena Kerollyn Souza Ferreira, de apenas 9 anos, foi encontrada morta por um reciclador em um contêiner de lixo em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). Não foram encontrados sinais de violência aparentes no corpo da menina. Moradores relataram que ela pedia carinho e comida aos vizinhos, e que já denunciaram mais de 20 vezes. 

O QUE SE SABE?

  • O corpo foi encontrado na manhã de sexta-feira (9);
  • Kerollyn morava próximo do local onde foi encontrada morta; 
  • A mãe disse que Kerollyn não havia dormido em casa na noite anterior. 

DENÚNCIAS

A mulher está presa temporariamente. O pai da menina reside em Santa Catarina e não mantém contato com a família. De acordo com Fernanda Cardoso, uma vizinha da vítima, a criança pedia frequentemente comida e já havia denunciado diversas vezes a situação ao Conselho Tutelar.

"Eu liguei mais de 20 vezes, eu pedi por favor pra eles resolverem. Eu mandava foto da criança, mandava tudo. A criança na chuva pedindo. Ela vivia na minha porta pedindo. Pedia água, pedia abraço, pedia beijo", relatou à RBS TV.

Casa onde menina morava foi isolado para trabalho das autoridades | Foto: Vítor Rosa/RBS TV

Em áudio enviado a Fernanda no dia 2 de agosto, a conselheira tutelar Ieda Lucas respondeu que "estavam acompanhando a situação". A criança foi encontrada morta uma semana depois. Ao menos outros três vizinhos denunciaram o caso. Segundo eles, a mãe gritava e ofendia Kerollyn frequentemente. Uma das mulheres afirma ter ouvido um pedido de socorro, que seria da menina.

INVESTIGAÇÃO

Segundo o Tribunal de Justiça, depoimentos e documentos apresentados pela polícia indicam que a mulher submetia a filha a intenso sofrimento físico e mental. A investigação apontou que a menina seria vítima de negligência e extrema agressividade, de acordo com a análise do juiz João Carlos Leal Júnior, caracterizando as práticas de maus-tratos, abandono de incapaz e tortura.

"A filha vivia solta, abandonada, dormia inclusive num carro abandonado, muitas vezes, que ficava perto da casa e da escola", afirma o chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Fernando Sodré.

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