O julgamento de Thiago Mayson da Silva, acusado de estuprar e matar a estudante de jornalismo Janaína Bezerra, 22, acontece nesta sexta-feira (29), no Fórum Cível e Criminal de Teresina. Janaína foi violentada e morta dentro de uma sala de mestrado em matemática da Universidade Federal do Piauí (UFPI) no dia 28 de janeiro deste ano. O júri popular ocorre após dois adiamentos.
A mais recente suspensão do julgamento ocorreu em 1º de setembro, quando Ércio Quaresma, ex-advogado do goleiro Bruno Fernandes, assumiu a defesa de Thiago. O adiamento se deu devido ao fato de que o advogado havia assumido o caso apenas um dia antes do segundo julgamento marcado, a segunda vez em menos de um mês. Essa situação gerou indignação entre amigos e familiares da vítima.
Em relação à segunda suspensão, em 17 de agosto, a ausência de jurados foi o motivo apontado pela Justiça. O problema foi causado por um erro na convocação de servidores pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Em entrevista para o Bom Dia Meio Norte, apresentando por Ieldyson Vasconcelos, Florence Rosa, advogada de acusação, disse que espera que o julgamento ocorra sem contratempos.
"Estamos na expectativa de que hoje o julgamento ocorra de forma normal, sem nenhum imprevisto ou manobra para postergar ainda mais o sofrimento dos familiares de Janaína. Não acreditamos em mais uma manobra, pois a única possibilidade aqui seria a instauração do incidente de sanidade de Thiago. Entretanto, a defesa ainda não se manifestou nesse sentido, e acreditamos que por essa razão o julgamento ocorrerá normalmente", falou a advogada.
Florence destacou que o julgamento pode se estender por dois a três dias devido à complexidade do caso e ao número de acusações e estemunhas envolvidas.
A assistência da acusação busca uma pena de 70 anos pelos crimes cometidos contra Janaína Bezerra. Thiago Mayson é acusado de homicídio duplamente qualificado, estupro, vilipêndio de cadáver e fraude processual.
Crime
O estupro e assassinato de Janaína ocorreu em 28 de janeiro de 2023, nas instalações da UFPI, durante uma calourada. O processo judicial corre na 1ª Vara do Tribunal do Júri, e Thiago Mayson permanece preso desde sua prisão em flagrante.
Após a conclusão do inquérito, Thiago foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, estupro, vilipêndio de cadáver e fraude processual. Duas qualificadoras foram consideradas agravantes: o emprego de meio cruel e o feminicídio, dada a condição de gênero da vítima.
A delegada Natália Figueiredo, responsável pela investigação, revelou detalhes perturbadores sobre o crime, incluindo violência sexual contra a vítima já falecida e vídeos e fotos feitas por Thiago enquanto a jovem sangrava.
Estudantes, professores e servidores da UFPI realizaram uma série de protestos e manifestações por justiça pela morte de Janaína Bezerra. A família e amigos da vítima também cobraram ações da universidade e das autoridades.