A Polícia Civil informou neste sábado (17) que identificou quatro suspeitos pelo assassinato do vencedor da Mega-Sena. Um deles foi preso neste sábado (17).
A prisão de Rogério Espíndola ocorreu pela manhã por equipes do Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais). Segundo a polícia, o suspeito já tem passagem por homicídio.
"Nos aparenta que não eram pessoas preparadas para esse crime e cometeram muitos erros nesse caso", disse Kleber Altale, diretor do Deinter-9 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).
No início das investigações, a política apontava que a motivação do crime tinha relação com o prêmio conquistado por Jonas em setembro de 2020 —o que também foi confirmado agora.
O governo estadual informou neste sábado (17) que prendeu um dos suspeitos de matar Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ganhador de R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em 2020. A morte ocorreu na quarta-feira (14) em Hortolândia (SP).
A delegada Juliana Ricci, da Deic de Piracicaba (SP), que está à frente das investigações, informou que o caso foi elucidado e convocou uma entrevista para 16h30 deste sábado, quando dará novas informações.
O anúncio da prisão foi feito pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), que tenta se reeleger, na tarde deste sábado (17). Ele disse que "um dos suspeitos" foi detido, mas não detalhou se há outros investigados.
Prêmio motivou o crime
Antes da prisão, Polícia Civil já havia afirmado que a morte de Jonas Lucas foi motivada pelo prêmio de R$ 47,1 milhões da Mega-Sena.
Segundo a delegada Juliana Ricci, uma tentativa de saque de R$ 3 milhões foi feita via aplicativo de mensagens.
Vizinho do milionário da Mega-Sena, o aposentado João Batista Alves contou que muita gente nem acreditava que Jonas tinha ganhado a bolada em razão de como ele levava uma vida simples.
"Era igual a gente, pessoa simples, que andava de chinelo, tranquilo, sempre passava aqui, sempre atencioso com a gente. A polícia tem que encontrar [o assasssino], de qualquer maneira", disse.
Quem conhecia Jonas Lucas há décadas garante que ele não mudou nada com o prêmio milionário recebido.
"Eu fui muito comprar com ele quando trabalhava no depósito. [Após o prêmio] era a mesma pessoa, não mudou nada, continuou como se nada tivesse acontecido", lembra Luiz.
O crime
Jonas foi raptado depois de sair para caminhar na última terça (13), sendo abandonado às margens de uma rodovia de Hortolândia (SP) com sinais de espancamento no dia seguinte - ele foi socorrido, mas morreu no hospital.
Durante o período em que ficou sob poder dos criminosos, cerca de R$ 20 mil foram retirados de suas contas e houve uma tentativa de transferência de R$ 3 milhões, sem sucesso.
A advogada da família relatou à polícia que a vítima havia levado apenas carteira e documentos para a caminhada. Ao final do dia, como não foi mais possível contatá-lo, familiares registraram ocorrência de desaparecimento na delegacia eletrônica. Depois de ser encontrado, o homem foi socorrido pelo resgate da concessionária Autoban ao Hospital Mário Covas, mas não resistiu.
O médico da unidade que atendeu Jonas Lucas atestou traumatismo cranioencefálico como causa da morte. A Polícia Civil tenta descobrir como e quando foi a abordagem, além de quantas pessoas estão envolvidas.