Cerca de 364 espécies estão classificadas como Criticamente em Perigo (CR), categoria está de maior risco atribuída pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Os dados foram divulgados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) nesta quarta-feira (2).
Na manhã de hoje, o ICMBio lançou uma plataforma que reúne dados de mais de 5 mil espécies da fauna brasileira avaliadas em relação ao risco de extinção. Chamado de Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), a iniciativa começou a ser desenvolvida em 2016.
"Nosso objetivo não é simplesmente fornecer a informação. Nosso objetivo é que essa informação seja usada, seja instrumento de política pública, instrumento, inclusive, das empresas", declara Mauro Pires, presidente do ICMBio.
Meionorte.com detalhou outras espécies que aparecem na lista, veja:
Entre as espécies que estão em risco máximo de extinção, encontram-se animais emblemáticos da fauna brasileira, como o pica-pau-amarelo, o muriqui-do-norte, o aruá-do-mato, o sapo-folha, a tartaruga-de-couro, a jararaca-ilhoa e a ararinha-azul. OPEIXES
- Tubarão-rabudo, Alopias vulpinus
- Cação-listrado, Mustelus fasciatus
- Cambeva-Minhoca-Do-Ribeira, Listrura camposi
- Piracanjuba, Brycon orbignyanus
- Cascudinho, Plesioptopoma curvidens
AVES
- Soldadinho-do-Araripe, Antilophia bokermanni
- Rabudinho, Leptasthenura platensis
- Tietê-de-coroa, Calyptura cristata
- Bicudinho-do-brejo-paulista, Formicivora paludicola
- Pato-mergulhão, Mergus octosetaceus
RÉPTEIS INVERTEBRADOS TERRESTRES
- Jararaca-de-alcatrazes, Bothrops alcatraz
- Aranha-de-pernas-longas (ou aranha-treme-treme, aranha-vibratória), Metagonia potiguar
- Falsa-aranha-violino, Drymusa spelunca
- Papa-vento-da-chapada, Enyalius erythroceneus
- Lagartinho-branco-da-areia, Liolaemus lutzae
PLATAFORMA SALVE
Na manhã de hoje também foi anunciada a plataforma SALVE - Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade, a qual permitirá que qualquer pessoa realize pesquisas utilizando o nome popular ou científico do animal. Além disso, na plataforma pode-se avaliar e monitorar a situação de diversas espécies, levando em consideração possíveis ameaças, como queimadas, desmatamentos, destruição de habitat, caças e matanças deliberadas.
Coordenado por Rodrigo Jorge, analista ambiental do ICMBio e líder da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (Cofau), o sistema tem como propósito principal contribuir para a conservação das espécies ameaçadas.
“Precisamos avançar na realização de análises para estimar a tendência da biodiversidade no Brasil”, afirma. Ele explica que houve um aumento do número de espécies ameaçadas, mas o universo de espécies avaliadas também cresceu.
há uma relação direta com o aumento do desmatamento nos últimos anos. As pesquisas do ICMBio contaram com apoio do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção, e com a participação de especialistas da comunidade científica.
A perda e a degradação de habitat da fauna são algumas das principais ameaças. Segundo ele,“Fica evidente a necessidade urgente de reverter essa tendência. Por isso, a postura da atual gestão de priorizar o combate ao desmatamento traz boas perspectivas para a conservação da biodiversidade”, opina.