A Procuradora Carla Fleury de Souza, que reclamou do salário de R$ 37.589,96 durante sessão realizada no Ministério Público do Estado de Goiás, já chegou a receber R$ 92 mil brutos e R$ 72 mil líquidos em dezembro, ao somar auxílios e verbas indenizatórias do cargo.
O questionamento de Carla Fleury em que ela critica a situação salarial dos membros do MP viralizou nas redes sociais. De acordo com um levantamento do OGLOBO, apenas em 2022, ela teve rendimento médio líquido de R$ 44.292 ao mês.
“Graças a Deus meu marido é independente. Eu não mantenho minha casa. O meu dinheiro é só para fazer minhas vaidades. Graças a Deus. Só para os meus brincos, minhas pulseiras, meus sapatos”, disse ela, durante reunião do Conselho do MP goiano, na segunda-feira.
Segundo sados do Portal da Transparência, a procuradora teve rendimento líquido de R$ 72.228,99 em dezembro. Isso porque, além da remuneração do cargo efetivo, recebeu o terço constitucional das férias (R$ 21.277,33), mais um terço de abono permanência (R$ 5.053,36) e outras verbas indenizatórias que não foram especificadas, no valor de R$ 30.223,46. Além disso, todos os meses, ela tem direito a R$ 1.210,00 de auxílio alimentação e também a um auxílio saúde.
Ainda de acordo com o Portal da Transparência, a procuradora teve rendimento líquido de R$ 39.518,87 em abril deste ano. Além do salário, ela recebeu outros R$ 11 mil reais em auxílios para alimentação e saúde e outras verbas indenizatórias.
DESABAFO
Carla Fleury de Souza entrou para o Ministério Público de Goiás no ano de 1992 e trabalhou nas promotorias de Mozarlândia (1992), Uruana (1992), Itapuranga (1992 a 1993), Inhumas (1993 a 2011) e Goiânia (2011 a 2022). Filha de promotor, ela fala das dificuldades que passou na infância.
“Meu pai descia com a Caravan dele em ponto morto para economizar a gasolina. É triste, mas foi o que eu passei (...) Pensemos nos promotores, porque eu sou uma mulher e graças a Deus meu marido é independente. Eu não mantenho a minha casa e o meu dinheiro é só para mim fazer as minhas vaidades, graças a Deus (...) Mas uma coisa eu falo. Eu tenho dó dos promotores que estão iniciando aqui a carreira. Os promotores que têm filhos na escola, têm que pagar a escola. O custo de vida é muito caro. Então, agradeço a oportunidade e desculpe se me exaltei. Não sou oradora, mas falei de coração e quem fala do coração, fala a verdade", desabafou a promotora.