Uma das pacientes do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por estupro durante uma cesariana, tomou o coquetel anti-HIV/Aids para evitar uma possível contaminação após o suposto abuso.
Não se sabe quem é essa paciente, nem se ela foi estuprada por Giovanni, mas, por precaução, médicos decidiram ministrar os remédios. Ela precisou suspender a amamentação por causa dos efeitos colaterais do coquetel.
Os advogados da mulher solicitaram que Giovanni fizesse o exame para saber se ele é portador do vírus HIV — mas o detento não é obrigado.
Nesta quarta-feira (13), a delegada Bárbara Lomba conversou por telefone com a vítima que foi estuprada por Giovanni.
“Ela chorou muito. Ainda está muito abalada. A família toda está abalada”, disse a delegada.
‘Criminoso em série’
Bárbara também afirmou que Giovanni é “um criminoso em série”.
“Diante da repetição das ações criminosas, das características de compulsividade que se observam e da possibilidade de várias vítimas feitas naquelas condições, podemos afirmar que se trata de um criminoso em série”, explicou.
Segundo a delegada, a ligação para a vítima do vídeo não teve como objetivo colher informações sobre o caso, mas sim para prestar solidariedade. A policial contou que a mulher ficou sabendo do estupro nesta quarta.
Bárbara Lomba explicou que está em contato com a advogada da família para agendar o depoimento da vítima que foi filmada e do marido dela. A delegada quer preservar a família nesse momento e dar tempo para que eles possam contribuir com as investigações.
O anestesista foi preso em flagrante pelo estupro dessa paciente durante o parto cesárea, no Hospital da Mulher, e é suspeito de ao menos mais cinco abusos na mesma situação: quando atuava como anestesista durante cirurgias das pacientes.
O médico está preso no Complexo Penitenciário de Bangu desde terça-feira (12). Ele foi isolado de outros presos por medida de segurança. Agentes da Delegacia da Mulher levaram nesta quarta o material recolhido durante as buscas para a perícia.
Mais de 20 partos
De acordo com a delegada que investiga o caso, o anestesista Giovanni Quintella participou de mais de 20 partos no Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense.
As duas mulheres que tiveram parto com Giovanni no último domingo (11) estão entre as que serão ouvidas pelos investigadores. A polícia apura se todas sofreram abusos.