O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, preso por estuprar uma paciente grávida durante a cesariana, teve sua prisão convertida de flagrante para preventiva nesta terça-feira (12).
Com a mudança do status da prisão, o médico ficará preso por tempo indeterminado, tendo sua situação reavaliada se ultrapassar 90 dias. Neste tempo, o inquérito policial poderá ser concluído e entregue ao Ministério Público que decidirá pela denúncia ou não, e pela manutenção da prisão.
A delegada Bárbara Lomba afirmou que Giovanni é investigado até esta terça-feira (12) por cinco estupros, além do que foi flagrado e que o levou à prisão.
"Tudo indica que era um criminoso em série, realmente, porque há muitos indícios de repetição (...) Ele já tem uma desenvoltura, não mostra muita preocupação na hora de realizar o crime (...) Isso indica que ele já vem praticando o crime. Há, sim, um abuso de poder", disse,
Giovanni Quintela Bezerra ficará preso por tempo indeterminado Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Ele passou por audiência de de custódia realizada na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, para onde foi levado no fim da tarde da segunda-feira (11).
Após a audiência, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que Giovanni será encaminhado para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, onde ficará sozinho em uma cela.
Outras vítimas
A delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, afirmou que “tudo leva a crer, pelos relatos das testemunhas, “que o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra abusou das duas pacientes anteriores”. Essas mulheres que também fizeram cesáreas no Hospital da Mulher Heloneida Studart já foram identificadas e devem prestar depoimentos nos próximos dias.
Segundo Lomba, os médicos afirmaram que não viam os abusos, já que “eles estavam concentrados em suas atuações”.
— Nos relatos dos médicos que depuseram, uma pediatra, uma obstetra e um anestesista, ficou constatado que o padrão adotado por Giovanni nas cirurgias era o mesmo. Os outros médicos disseram que estavam atentos ao que estavam fazendo durante a cirurgia. Mas eles relataram que não era normal essa sedação —afirmou.
Médico anestegista foi preso por estuprar paciente grávida durante parto
Bárbara Lombaa afirmou que todos os crimes podem ter acontecido no fim de cada parto, quando os médicos estavam fazendo a sutura da mulher.
— Hoje eu tive a certeza que a execução do crime foi na hora da sutura da mulher após o parto. No início, não tínhamos ideia de quando aconteceu. Provavelmente, era praticado no final da cirurgia. Já ouvimos três vítimas. Além disso, já levantamos os dados das duas pacientes que ele operou antes —finalizou.