Uma investigação digital realizada pela agência Al Jazeera e divulgada na sexta-feira (13), alega que a Defesa de Israel modificou a sequência de imagens relacionadas à morte de supostos membros do Hamas em território israelense. Na terça-feira,10, o perfil das Forças de Defesa de Israel nas redes sociais publicou um vídeo de 48 segundos no antigo Twitter, afirmando que militares do país haviam identificado "4 terroristas armados" na praia de Zikim naquele dia. Alegaram ter ocorrido um "confronto armado" e que os 4 indivíduos foram "neutralizados".
Segundo a Al Jazeera, ativistas apontaram "discrepâncias" e "inconsistências" no vídeo. Foi a partir dessas observações que a equipe de "investigadores digitais" do veículo de comunicação decidiu analisar minuciosamente o caso com base nas imagens.
A investigação digital da Al Jazeera revela o seguinte cenário: soldados israelenses estavam conduzindo uma operação na área da praia de Zikim quando encontraram quatro palestinos em seu caminho. Não há indícios de que esses quatro indivíduos estivessem armados; pelo contrário, eles parecem ter levantado os braços e estavam girando uma camiseta, possivelmente em um gesto de rendição.
Os palestinos sentaram-se no chão, como se estivessem obedecendo às ordens dos soldados israelenses. Momentos depois, dois dos palestinos estavam deitados, aparentemente feridos. Os soldados abriram fogo a uma distância de quatro metros, resultando na morte dos quatro palestinos. Uma foto divulgada pelas forças israelenses indica que um dos corpos foi arrastado e colocado ao lado de uma arma.
Israel anuncia ofensiva contra Gaza por terra, mar e ar
Foi anunciado ontem, 14, pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que o exército israelense vai empreender uma ofensiva contra a faixa de Gaza com ações por terra, mar e ar. O governo israelense havia estabelecido um prazo para que os palestinos desocupassem a área ao norte da faixa de Gaza, que os exércitos de Israel pretendem atacar, esse prazo se esgotou no sábado, causando o deslocamento desesperado de milhares de moradores rumo à fronteira sul, próxima ao Egito.
Os bombardeios à região, porém, não cessaram e atingiram até mesmo uma rota de fuga de civis declarada segura pelo exército israelita — várias pessoas morreram, inclusive crianças e bebês. "Estão prontos para o que está por vir? Isso vai continuar", proclamou o premiê ultraconservador durante uma visita aos soldados posicionados em frente ao enclave, no oitavo dia de uma guerra que já matou 1.300 israelenses e 2.215 palestinos, incluindo 724 crianças.