A irmã de Juliana Marins, Mariana Marins, e profissionais envolvidos na análise do corpo e no processo de repatriação concederam uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (11). Durante a coletiva, um perito afirmou que Juliana permaneceu viva por cerca de 32 horas após a primeira queda.
Mariana explicou que a morte da irmã ocorreu após uma segunda queda durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Segundo o perito da Polícia Civil, Juliana teria escorregado de costas por um terreno inclinado e, no último impacto, caído de frente — o que teria causado sua morte.
Ainda de acordo com Mariana, na primeira queda, Juliana desceu aproximadamente 220 metros, escorregando 61 metros até atingir um paredão rochoso. "É uma parede íngreme de rocha e areia. Ela cai do ponto da trilha até um paredão. O ponto final dessa primeira queda é de cerca de 220 metros".
Conforme o perito Reginaldo Franklin, da Polícia Civil, a presença de larvas no couro cabeludo de Juliana permitiu estimar o horário de sua morte com base no ciclo biológico dos insetos. "Meio-dia do dia 22 (horário da Indonésia) mais 15 minutos: morte de Juliana Marins. Ela permaneceu viva por cerca de 32 horas", afirmou.
“Na metade do dia 22 (na Indonésia), em torno de 12 horas, a jovem Juliana já estava morta, segundo essa estimativa “, disse o legista Reginaldo Franklin. Nelson Massini, perito particular que também acompanhou a perícia, observou que na primeira queda Juliana já pode ter sofrido uma lesão na coxa. Foi uma morte agônica, hemorrágica, sofrida", disse ele.
Segundo estimativas da família e de peritos, Juliana escorregou inicialmente por 60 metros e caiu até 220 metros da trilha — sua primeira queda. Depois, deslizou mais 60 metros e sofreu a segunda queda, sobrevivendo por cerca de 15 minutos. Por fim, continuou caindo até ser encontrada a 650 metros de profundidade.
Juliana caiu por volta das 17h do dia 20 de junho. A primeira equipe de resgate foi acionada pelo parque 2 horas e 23 minutos após a queda, e deixou a base cerca de 4 horas depois do ocorrido. "Dezoito horas depois da queda, a equipe de resgate do Basarnas (Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia) conseguiu descer 150 metros de rapel, mas Juliana estava em um Ponto mais abaixo na montanha", explicou Mariana.
O último registro de Juliana com vida foi feito às 6h59 do dia 21 (horário local), por um drone. Às 7h51, uma turista espanhola a viu pela última vez, momento em que Juliana ainda conseguiu gritar por ajuda. A Defesa Civil só chegou ao local às 19h50, horas após o último contato visual. Antes da segunda queda, Juliana ainda escorregou mais 62 metros.
O caso segue em investigação pelas autoridades brasileiras, incluindo a Polícia Federal. O inquérito corre sob sigilo.
(Com informações do g1 e CNN)