Na noite desta quinta-feira (1º), Brasil, Colômbia e México divulgaram uma nota conjunta solicitando a divulgação imediata das atas eleitorais da recente eleição na Venezuela e uma resolução do impasse político através de vias institucionais.
O pedido surge após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter declarado Nicolás Maduro reeleito, situação contestada pela oposição e por diversos países e organismos internacionais, que alegam irregularidades e fraudulência no pleito. O Brasil já vinha pedindo que o CNE — órgão controlado na prática por Maduro — apresente as atas eleitorais, espécie de boletim das urnas. A autoridade eleitoral venezuelana ainda não fez isso, mesmo após o fim do prazo oficial de 72 horas para divulgar os resultados.
"Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação", afirmaram os três países na conjunta.
CONVERSA ENTRE OS PRESIDENTES
Pouco antes de a nota ser divulgada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou remotamente com os presidentes Manoel Lopez Obrador, do México, e Gustavo Petro, da Colômbia. O tema foi justamente a crise eleitoral na Venezuela. A conversa começou por volta de 17h20 e durou cerca de 40 minutos. Participaram também, do lado do Brasil, o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim. .
Brasil, México e Colômbia seguem em sua posição de nem reconhecer nem refutar o resultado eleitoral. A estratégia continua sendo a espera pelas atas.
PAZ SOCIAL
Os três países disseram na nota que as preocupações prioritárias neste momento é "manter a paz social e proteger vidas humanas". "Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos", diz o texto.
TRANSPARÊNCIA
A nota destaca a urgência na transparência dos dados eleitorais e pede cautela para evitar escaladas de violência, reafirmando a disposição dos três países em apoiar o diálogo entre governo e oposição venezuelana.
"Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano".
Com informações do g1